Iphan e Unifap firmam parceria com pesquisa de campo sobre o Marabaixo (AP)

A Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Amapá, em parceria com a Universidade Federal do Amapá (Unifap), vem realizando, desde o início de janeiro de 2024, pesquisa de campo com alunos do curso de Ciências Sociais, a fim de coletar e produzir informações sobre o Marabaixo, bem registrado como Patrimônio Cultural do Brasil desde 2018. Essa colaboração permitirá que os alunos em estágio obrigatório na Universidade contribuam para enriquecer os conhecimentos acadêmicos sobre o Marabaixo, forma de expressão de comunidades negras amapaenses, marcada por danças e cantigas. 

Durante o estágio supervisionado, os estudantes têm como objetivo realizar um diagnóstico da dinâmica econômica do Marabaixo, concentrando-se em ações direcionadas aos detentores que se dedicam à produção e comercialização de artefatos associados ao bem, como caixas de marabaixo, gengibirra, indumentárias típicas e também colares, pulseiras e flores. As informações coletadas junto às marabaixeiras e os marabaixeiros serão analisadas para permitir a compreensão das formas de trabalho e do mercado desses artefatos no âmbito regional e local. Além disso, a pesquisa analisa a relação entre a identidade social do produtor e a identidade cultural, assim como busca identificar e compreender as questões de gênero nessa produção.  

Os dados resultantes da pesquisa servirão de base para um levantamento sobre futuras ações de promoção e valorização da produção dos bens associados ao Marabaixo. 

O Marabaixo 

O Marabaixo é uma forma de expressão elaborada pelas comunidades negras do estado do Amapá, manifestada especialmente por meio da dança e das cantigas denominadas de “ladrões”, espécie de poesia oral musicada a partir dos toques das caixas, instrumentos de percussão produzidos pelos próprios tocadores. 

A organização das festas de Marabaixo acontece de maneiras diferentes na capital e no interior do estado. O Ciclo do Marabaixo ocorre em Macapá durante o período pascal e constitui importante tradição de sincretismo religioso brasileiro, homenageando a Santíssima Trindade e o Divino Espírito Santo, com missas, cortejo e ladainha. A parte lúdica da festa se manifesta por meio da dança do Marabaixo, de ritmo forte e passos arrastados, marcados pelos tambores, acompanhando os ladrões. Outro evento que reúne os grupos de Marabaixo é o Encontro dos Tambores que acontece na Semana da Consciência Negra.  

O Marabaixo é dançado e apresentado também em eventos diversos, em praças, escolas e aberturas de cerimônias oficiais. 

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