Iphan e Museu da Pessoa firmam parceria para salvaguarda do Patrimônio Imaterial

“Transformar a história de toda e qualquer pessoa em patrimônio da humanidade”. Essa é a missão do Museu da Pessoa , organização virtual e colaborativa de histórias de vida, que agora é parceira do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura. As duas instituições firmaram um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para salvaguardar bens culturais imateriais, documentar e divulgar histórias de vida dos detentores e dar mais visibilidade à diversidade linguística do País.

Os compromissos assumidos no acordo vão ao encontro da missão constitucional do Iphan que, por meio do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI) e Superintendências, zela pela salvaguarda do patrimônio imaterial brasileiro. “A intenção é que este acordo possibilite uma aproximação ainda maior entre os detentores e o Instituto. Em colaboração com o Museu da Pessoa, trabalharemos para a promoção das memórias coletivas, um dos elementos essenciais às referências culturais que constituem o patrimônio imaterial”, explicou o diretor do DPI, Deyvesson Gusmão.

Entre as ações que serão desenvolvidas pelas instituições estão oficinas de diálogo com detentores, levantamento sociolinguístico para o Inventário Nacional de Diversidade Linguística (INDL) e o compartilhamento de ferramentas e tecnologias para aprimoramento mútuo dos métodos de trabalho e de capacitação de seus recursos humanos.

Projeto Patrimônios Imateriais do Rio Negro . Fotos: Diana Freio

A responsável pelas relações institucionais e governamentais do Museu da Pessoa, Rosana Miziara, destacou a importância da união de esforços para a proteção e fomento dos patrimônios. “Poderemos contribuir a partir da nossa metodologia, a Tecnologia Social da Memória, com uma política pública de registro de bens imateriais. Teremos a oportunidade de aprender com todo o conhecimento do Iphan e trabalharmos juntos na valorização dos patrimônios imateriais do País”, explicou.

Patrimônios Imateriais do Rio Negro

Entre os meses de julho e setembro de 2022, o Museu da Pessoa realizou a primeira etapa do projeto audiovisual Patrimônios Imateriais do Rio Negro , que envolveu os detentores dos bens registrados Cachoeira de Iauaretê e Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro. A obra conta com 50 entrevistas com anciãos-detentores (25 para cada um desses bens culturais registrados).

Todas as ações no Rio Negro estão sendo realizadas em parceria com a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN) e outras associações indígenas locais dos territórios onde as atividades estão sendo desenvolvidas, nas regiões de Iauaretê e Médio Rio Negro.

O projeto conta com a participação de servidores da Superintendência do Iphan no Amazonas e tem a finalidade de registrar e disseminar as memórias e histórias de vida dos detentores, além de estimular o interesse dos jovens pela própria história, cultura e território. A finalização do produto audiovisual está prevista para os meses de março e abril.

Museu da Pessoa

O Museu da Pessoa é um museu virtual e colaborativo de histórias de vida aberto à participação de toda pessoa, que pode contar sua história, organizar suas próprias coleções e conhecer histórias de pessoas de todas idades, raças, credos e profissões do Brasil.

Fundado em 1991, o Museu da Pessoa acredita que contar, escutar, conhecer e preservar histórias de vida pode mudar seu jeito de ver o mundo. O acervo conta com mais de 20 mil histórias, 60 mil imagens e 5 mil vídeos.

O Museu da Pessoa trabalha para fazer das histórias de vida um antídoto contra a intolerância. Registra, preserva e compartilha histórias de vida e, através de sua tecnologia social de memória, fomenta, capacita e engaja pessoas e grupos.

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