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Patrímônio
Iphan celebra ancestralidade africana em lavagem do Cais do Valongo, Patrimônio Mundial
Foto: Jeanne Crespo
O último sábado (29) foi marcado por uma emocionante cerimônia de lavagem do Cais do Valongo, localizado na região da Pequena África, no Rio de Janeiro, e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) esteve presente para celebrar esse momento histórico. O manifesto deste mês marca o sexto ano da conquista do porto como Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
A celebração, conduzida por Mãe Edelzuita de Oxalá, reverenciou a ancestralidade africana e resgatou a memória de um espaço que sofreu apagamento histórico, mas que atualmente é considerado Patrimônio Mundial. A lavagem do Cais do Valongo acontece desde 2012, sempre no segundo sábado de julho, e foi incluída no Calendário Oficial de Eventos e Datas Comemorativas da Cidade do Rio de Janeiro por meio da Lei 5.820/2014.
Segundo a diretora do Centro Nacional de Arqueologia (CNA), Jeanne Crespo, a lavagem do Cais do Valongo representa um momento para honrar a ancestralidade, rememorando um passado doloroso e, ao mesmo tempo, comemorando a resistência que se celebra a partir das tradições e das memórias vivas que se enraizaram historicamente na cidade do Rio de Janeiro. “Acompanhar e participar de celebrações como esta nos leva à reflexão sobre as distintas maneiras de atribuições de valores e sentidos, como também, de apropriações do patrimônio cultural pelas comunidades que mantêm relações com estes bens. Neste sentido, o Iphan vem reforçando o compromisso de preservar, salvaguardar e valorizar as diversidades sócio- culturais que enaltecem e enriquecem o patrimônio cultural do País”, reforça.
O Iphan, por meio da articulação entre a Superintendência do Rio de Janeiro e o CNA, tem desempenhado um papel essencial na proteção e promoção do Cais do Valongo como Patrimônio Mundial. Além de garantir a sua conservação física, o instituto também busca fomentar ações que valorizem a cultura afro-brasileira e suas tradições, como a lavagem cerimonial, permitindo que a história desse lugar continue a ser contada e reverenciada.
Declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 2017, o Cais do Valongo é um sítio arqueológico com vestígios do antigo cais de pedra construído pela Intendência Geral de Polícia da Corte do Rio de Janeiro para o desembarque de africanos escravizados. Estima-se que mais de um milhão de negros escravizados tenham passado por ali em 300 anos, tornando o local um marco de extrema importância para a história do Brasil.
Pequena África
A região da Pequena África, onde o Cais do Valongo está situado, é um ponto de referência da herança africana no Rio de Janeiro (RJ). Esse nome foi dado pelo sambista Heitor dos Prazeres (1898-1966) à área abrangida pelos bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo, na zona portuária do Rio de Janeiro. Ocupada por uma população majoritariamente negra, sua história está intimamente ligada ao tráfico transatlântico de escravizados, à diáspora africana e ao nascimento do samba. Também na região estão localizados outros bens acautelados pelo Iphan, como o sítio arqueológico do Cemitério dos Pretos Novos e os Bens Tombados Nacionais Casas da Guarda e Jardim Suspenso do Valongo.
Prêmio Luiz:
Até 11 de agosto, estão abertas as inscrições para o 11º Prêmio Luiz de Castro Faria que, este ano, vai homenagear o Sítio Arqueológico do Cais do Valongo. O Prêmio Luiz de Castro Faria visa incentivar a produção acadêmica sobre o Patrimônio Arqueológico brasileiro e reconhecer trabalhos de destaque nessa área.
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