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Iphan apresenta medidas para proteção do Cais do Valongo
O Cais do Valongo, no Rio de Janeiro (RJ), é reconhecido como Patrimônio Mundial pela Unesco desde 2017. (Fotos: Oscar Liberal)
Em reunião realizada na última quarta-feira (08), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) apresentou propostas para a preservação e valorização do Sítio Arqueológico Cais do Valongo, no Rio de Janeiro (RJ). O encontro reuniu representantes dos ministérios dos Direitos Humanos e da Cidadania, da Cultura, da Igualdade Racial, além da Fundação Palmares e da Unesco. O objetivo é elaborar ações conjuntas para proteção do local, tornando-o um espaço de memória e referência histórica.
Como ação prioritária, o Iphan busca retomar o Comitê Gestor Participativo do Sítio Arqueológico Cais do Valongo, extinto em 2019. O trabalho de reconstituição do Comitê Gestor envolve a participação de toda a sociedade civil e demais instituições governamentais vinculadas ao território da Pequena África. Nesse sentido, serão realizadas reuniões com o Grupo de Trabalho (GT) formado por representantes das instituições que antes compunham o comitê para mapear novos atores e desenhar a estrutura operacional. O objetivo é garantir maior representatividade e promover processos de escuta e diálogo com a sociedade civil.
“A partir da restituição do Comitê Gestor, será elaborado um plano de gestão para o sítio, com enfoque na gestão compartilhada, integral e participativa. Essas são as bases da metodologia elaborada pelo Iphan, que estão de acordo com as recomendações internacionais”, destaca o presidente do Instituto, Leandro Grass.
Outra medida proposta pelo Iphan é a implantação do Centro de Referência da Celebração da Herança Africana, no prédio das Docas Pedro II. O projeto visa empreender a criação de um centro de acolhimento turístico e espaço de reflexão sobre a importância do legado do povo afrodescendente na cultura das Américas.
“O intuito é transformar o prédio das Docas em um centro de interpretação do patrimônio mundial”, explica a diretora do Departamento de Cooperação e Fomento (Decof), Desirée Tozi. “Nesse espaço, poderemos contar diferentes narrativas sobre o mesmo processo histórico, organizando acervos e cultura material num local expositivo. Ao mesmo tempo, é possível buscar formas de valorizar o patrimônio imaterial, como a diversidade linguística”, acrescenta.
A medida amplia a ideia de criação do Museu da Escravidão, sugerida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Propomos que seja implementado não apenas um museu, mas um circuito elaborado a partir de uma estratégia de educação e memória. Que vá para além do próprio sítio e se estenda a uma área maior, abrangendo toda a Pequena África”, complementa Leandro Grass.
Durante a reunião, a secretária-executiva do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, Rita Cristina de Oliveira, ressaltou a importância de pactuar passos para a preservação do sítio. “Queremos tornar aquele local o que ele de fato merece ser. Um lugar de memória sensível em relação à escravidão. Ao mesmo tempo, deve ser um local de valorização da cultura e do patrimônio afro-brasileiro”, pontuou.
O Iphan planeja, ainda, desenvolver o Projeto Educativo Sítio Arqueológico Cais do Valongo, com o objetivo de difundir o valor universal do sítio por meio de ações voltadas para crianças e adolescentes, em escolas públicas e privadas.
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