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ENTREGA
Inaugurado primeiro trecho de calçamento acessível do centro histórico de Paraty (RJ)
Trecho inaugurado vai testar seis tipos de pisos em pedra. Créditos: Ângelo Godoy
O Patrimônio Cultural do Brasil é referência da memória e identidade do povo brasileiro. Para democratizar o acesso de todos a os bens tombados de Paraty (RJ), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Prefeitura Municipal inauguraram nesta segunda-feira (19) um trecho acessível entre a Praça da Matriz e um estacionamento que integra o projeto piloto de acessibilidade .
Viabilizada por investimentos da Prefeitura, a iniciativa é fruto d o Grupo de Trabalho (GT) focado em levantar soluções para tornar o centro histórico de Paraty acessível a Pessoas Com De ficiência (PCD) . Iphan , Prefeitura, e sociedade civil integram o GT, c uja criação foi motivada por ação do coletivo Paraty Acessibilidade . Destaque também para o apoio d e Vicente Cardoso , mestre calceteiro – profissional especializado em calçadas e calçamentos – que já trabalhou na recuperação do calçamento de Diamantina/MG.
Há pelo menos três décadas, visitantes e população local alertam o poder público sobre a urgência em implementar a acessibilidade n o centro histórico. O calçamento em pedras é um dos componentes mais emblemáticos do conjunto tombado. Como a atual composição das pedras dificulta a mobilidade, é essencial pensar em medidas que democratizem o acesso sem deixar de lado a preservação do Patrimônio Cultural.
O trecho inaugurado apresenta um a travessia formada por seis tipos de pisos em pedra . Funcionam como testes para avaliação de aspectos como circulação de pessoas , integração paisagística ao piso existente, resistência do material e custos de execução . Após a seleção do tipo de piso a ser adotado, o próximo passo é a execução do projeto piloto , que conectará a ponte sobre o Rio Perequê- A çú à Praça Matriz .
Co m início previsto para janeiro de 2023, a fase 1 será seguida pela s seguintes conex ões: Praça da Matriz à Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios (fase 02) ; Praça da Matriz ao Cinema da Praça (fase 03) ; Rota acessível Rua Dona Geralda , que conectará a Praça da Matriz ao Largo de Santa Rita (fase 0 4 ) ; além de a dequações de acessibilidade e restauração do calçamento em pedra em todo o bairro histórico , assim que começar a obra de saneamento ( fase 05).
“ É com grande satisfação que o Iphan realiza esta entrega, voltada para a sociedade mas, principalmente, para os cidadãos mais vulneráveis, com dificuldade de locomoção e que até hoje não foram incluídos nas políticas públicas. A acessibilidade estará cada vez mais presente nas discussões coletivas, a democratização da fruição do nosso Patrimônio Cultural é uma prioridade de gestão.” , destaca o superintendente do Iphan-RJ, Olav Schrader.
O GT Acessibilidade também propõe ações de conservação do calçamento histórico , como a cri a ção do Centro de Preparo de Pedras (CCP) . E spaço dedicado ao armazenamento e preparo de pedras , tecnicamente chamadas de cantaria s , o CCP formaria um “banco de pedras ” . Essas cantarias seriam utilizad as na conservação do calçamento , na formação de uma equipe de calceteiros , em oficinas de calceteria , bem como em palestras sobre o histórico do calçamento .
“Esse é um marco na história da acessibilidade de Paraty”, celebra o prefeito Luciano Vidal . “ Estamos avançando e vamos fazer a acessibilidade de todo o centro histórico”, garant e Vidal .
Já o chefe do Escritório Técnico do Iphan na Costa Verde, Rafael Nascimento, resume: “ É uma ação exemplar de preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro , pois reúne p romoção de acessibilidade , aprofundamento da pesquisa histórica sobre o calçamento em pedras de Paraty , e resgate da s técnica s tradiciona is de cantaria e calceteria . Por todos esse s fatores, constitui um efetivo trabalho participativo entre o poder público e a sociedade” .
A entrega foi realizada com a participação do público, a fim de que os cidadãos também p udessem externalizar suas contribuições para os novos passos do projeto .
O Iphan em Paraty
Autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo, o Iphan tem atuado em Paraty desde a década de 1940, pouco após a fundação do Instituto, em 1937.
Em 1957, a Autarquia tombou o Forte Defensor Perpétuo. No ano seguinte houve o tombamento do conjunto arquitetônico e paisagístico da cidade, que contempla o centro histórico e o prédio da Santa Casa Misericórdia.
O ano de 1962 trouxe uma leva de tombamentos das seguintes igrejas: Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, Santa Rita, Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora das Dores. Já em 1966, o município foi alçado a monumento nacional pelo Decreto n° 58.077/1966, seguido pelo tombamento integral do município em 1974.
Mais recentemente, em 2019, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) chancelou Paraty e Ilha Grande como Patrimônio Mundial. Trata-se do primeiro reconhecimento do Brasil na categoria “sítio misto”, que considera a integração entre cultura e meio ambiente.
Créditos foto 2: Daniela Reis
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Daniela Reis
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