Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar é reaberta após restauro em Duque de Caxias (RJ)

Um dos ícones do Patrimônio Cultural de Duque de Caxias (RJ), a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar foi entregue restaurada aos fiéis e visitantes nesta sexta-feira (11/8). Autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) executou as obras de conservação e restauração do templo e de seu entorno. Com recursos de cerca de R$ 2 milhões - R$ 600 mil repassados ao Instituto via emenda parlamentar, e o restante do próprio Iphan -, as melhorias permitem a reabertura de um monumento que estava fechado ao público desde 2014.

A entrega foi oficializada em uma cerimônia realizada na Praça do Pilar, em frente à igreja e contou apresentações de artistas locais e barracas com comidas típicas e produtos artesanais. Marcaram presença no evento, entre outras autoridades, o superintendente do Iphan no Rio de Janeiro, Paulo Eduardo Vidal , o bispo diocesano de Duque de Caxias, D. Tarcísio Nascentes dos Santos , e o prefeito de Duque de Caxias, Wilson Miguel.

As obras contemplaram reforço da infraestrutura ; descupinização ; recuperação dos bens móveis integrados ; conservação dos elementos artísticos ; moderniza ção e readequa ção d as instalações elétricas, luminotécnicas e h idrossanitárias ; impl ementação do sistema de monitoramento de segurança; e instala ção dos sistema s de prevenção, detecção e combate a incêndios e de proteção contra descargas atmosféricas . Novas intervenções ainda precisam ser promovidas para resgatar todo o brilho do monumento , com foco nos bens móveis integrados, como altares.

Moradora da comunidade, a senhora Igré Silva do Nascimento, de 61 anos, conta que ficou emocionada com a reabertura da igreja, que frequenta desde criança: “ L embro de quando era criança, a praça cheia de gente e de barraquinhas, quando tinha festa da igreja. Depois, quando adulta, a igreja passou muito tempo fechada”, relembra I gré . “É muita alegria saber que esse patrimônio é nosso, da Baixada Fluminense, de Duque de Caxias, do Pilar”, conclui.

A igreja do Pilar e todo o seu acervo foram tombados em 1938, um ano após a criação do Iphan. O monumento está inscrito no Livro do Tombo das Belas Artes . Durante as intervenções , boas novas surgiram , pois em 2020 foram recuperadas duas imagens desaparecidas há décadas do templo : uma estátua que representa Betsab á , que aparece na Bíblia como esposa do rei Davi e mãe do rei Salomão, e outra do próprio rei Davi. A origem das esculturas remonta à primeira metade do século XVIII.

A história da igreja

A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar acumula mais de 300 anos de história. Nesse tempo, assistiu ao crescimento da cidade ao redor. A edificação remonta aos primórdios da ocupação da b aixada f luminense. A região era um importante polo comercial d o período colonial : ponto de chegada de um dos caminhos do ouro vindo de Minas Gerais para escoar pelo Porto do Pilar.

A doação do terreno para a construção d o conjunto formado por igreja, adro e cemitério foi feita por Manoel Pires e sua mulher Catherina de Sene , em 1697 . Novas doações do casal foram feitas para a Irmandade de Nossa Senhora do Pilar, entre 1702 e 1704. A irmandade destinou arrendamento a alguns fregueses que construíram casas e deram início à formação do arraial do Pilar.

A construção d o templo começou e ntre 1696/97, com uma capela . A edificação nos moldes atuais data de 1720, situada próxima ao Rio Pilar , e foi finalizada em 1726. A i greja foi construída depois da abertura de passagem através da Serra dos Órgãos. Ali, D. Pedro I costumava parar em suas excursões. Hoje em dia, o templo dá nome ao bairro no qual se encontra, o bairro do Pilar .

O sistema construtivo d o bem tombado emprega técnica s tradiciona is , a exemplo da maioria das i grejas do período setecentista. A igreja dispõe de uma única nave e de uma torre sineira, encimada por uma cúpula octogonal. As grossas paredes, em alvenaria de pedra e revestimento de cal e arei a , lembra uma fortaleza colonial. Externamente , o monumento é simples , já o interior guarda belos bens integrados de estilo barroco : sã o quatro retábulos laterais e um magnífico altar-mor aos fundos. Atualmente, a igreja é administrada pela Diocese de Duque de Caxias .

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