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PRÊMIO RODRIGO 2021
Gingados e batuques na capela
A ação “Capelinha de São Benedito” (Foto: Divulgação).
No lugar de uma lixeira sem uso, uma capela enfeitada para São Benedito. No lugar da praça abandonada, festa. Em 2013, a velha lixeira na Praça da Faustina se transformou na Capelinha de São Benedito, reunindo cantos e cores nas rodas de Tambor de Crioula. Localizada no Centro Histórico de São Luís (MA), a capelinha se consagrou como espaço de difusão da cultura popular maranhense. A ação é uma das vencedoras do 34º Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O lugar reúne grupos artísticos, turistas e a comunidade para celebrar a tradição local. Durante o ano todo, abriga aulas de Tambor de Crioula e de Toque de Caixa do Divino, manifestações culturais do Maranhão. A capelinha também é palco para festejos e homenagens aos mestres e mestras da cultura popular. Entre 2019 e 2020, as ações realizadas no local atingiram aproximadamente 7 mil pessoas em cursos, oficinas e eventos.
A ação Capelinha de São Benedito foi vencedora do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade 2021 , na categoria “Iniciativas de Excelência entre as dimensões material e imaterial do patrimônio cultural - com resultados nos anos de 2019 e 2020”, no segmento “Micro Empreendedor Individual (MEI) e Microempresa (ME)”.
Mulheres nos tambores
Desde 2014, a Capelinha de São Benedito recebe a oficina “Mulheres Que Dão No Couro”, que ensina mulheres a dançar, cantar, tocar e afinar os tambores. “Naquela época ainda tinha aquele machismo, de que só homem podia tocar tambor. Me reuni com outras mulheres e mostramos que a gente sabia. Conseguimos quebrar essa barreira brega de que mulher não pode tocar tambor. A gente pode tocar o que a gente quiser”, explica a idealizadora da ação, Carla Belfort, mais conhecida como Carla Coreira.
A oficina atende mulheres que vivem nas proximidades do Centro Histórico, turistas e demais interessadas. Com o Prêmio Rodrigo, foi possível ampliar o acesso às aulas, oferecendo-as gratuitamente a quem não pode pagar. “Para participar da oficina, pedimos que as pessoas façam inscrição antes. Mas muitas meninas que vivem aqui perto não têm condições para isso. Então abri algumas inscrições grátis e dei esse presente a elas. Agora só pagam as pessoas que realmente podem”, ressalta Carla.
Ontem lixo, hoje festa
A ideia surge com a iniciativa de Carla Coreira. Seu nome faz referência às dançarinas do Tambor de Crioula, paixão que aprendeu a cultivar desde cedo. Criada nas rodas de tambor, a coreira viu naquele espaço baldio o local perfeito para celebrar São Benedito, o padroeiro dessa manifestação cultural. Com a ajuda de amigos, conseguiu reformar a antiga lixeira e transformá-la numa pequena capela em devoção ao santo preto. A imagem do padroeiro foi presente da mãe de Carla, a também coreira Mestra Roxa.
Em nove anos de atividade, a Capelinha de São Benedito tem contribuído para a preservação do Patrimônio Imaterial, promovendo a salvaguarda de bens culturais. Também auxilia na conservação do Patrimônio Material, pela revitalização dada à Praça da Faustina, antes esquecida. Colabora, ainda, com a movimentação do Centro Histórico de São Luís, ajudando a gerar renda para bares, restaurantes e vendedores ambulantes.
Realizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Prêmio Rodrigo tem como objetivo valorizar e promover ações que atuam na preservação dos bens culturais do Brasil. Este ano, foram escolhidos 12 projetos vencedores. Dez delas são contempladas com R$ 20 mil, e duas são reconhecidas com menção honrosa. A cerimônia de entrega dos prêmios será realizada nesta quarta-feira, 13, a partir das 15h, com transmissão online.
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