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SALVAGUARDA
Feira poética reúne cordelistas e repentistas do Maranhão
A Literatura de Cordel é registrada como Patrimônio Cultural do Brasil desde 2018. (Foto: Daniella Castro)
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) realizou, na última sexta-feira (26), a I Feira Poética da Salvaguarda do Cordel e do Repente no Maranhão. A feira, realizada na Praça da Fé, no Centro Histórico de São Luís, teve como objetivo a divulgação da tradição da Literatura de Cordel e do Repente no estado, destacando seus mestres e mestras por meio de uma variedade de atividades.
A primeira edição do evento contou com a participação de cordelistas e repentistas da capital e de municípios do interior, proporcionando uma oportunidade única para a divulgação de suas obras em um evento aberto ao público. A programação incluiu saraus, declamações de poesias, cantorias de viola e muito mais, destacando artistas renomados como Moizes Nobre, Raimunda Frazão, Marcos Guerra, Goreth Pereira, Luís Morais, entre outros.
Preservação e difusão - Desde 2019, a superintendência do Iphan no Maranhão tem promovido ações em parceria com cordelistas e repentistas, incluindo seminários, a formação de um Comitê Gestor e a elaboração de um Plano de Salvaguarda para essas manifestações culturais.
A superintendente do Iphan no Maranhão, Lena Brandão, destacou a importância do momento. “É uma ação efetiva de salvaguarda desse patrimônio e dá oportunidade aos artistas se reunirem e se conhecerem, gerando uma rede de conexão poderosa para preservar e valorizar esses bens”, pontuou a superintendente.
Durante o II Seminário para a Salvaguarda da Literatura de Cordel e do Repente no Maranhão, realizado em dezembro de 2022, os detentores dessas tradições solicitaram a criação de feiras para divulgar o cordel e o repente. A Feira Poética surgiu como resposta a essa demanda, oferecendo um espaço próprio para apresentações orais, lançamentos de cordéis e livros, exposições e venda de obras.
“Como mulher negra, sinto-me alegre em participar desse evento, pois eu amo a Literatura de Cordel. Agradeço ao Iphan, que concedeu esse espaço para as mulheres cordelistas”, ressaltou a poetisa, escritora e cordelista, Goreth Pereira.
“Passa um filme na minha cabeça, pois em 2014 passei o mapeamento ao Iphan e conseguimos colocar o cordel do Maranhão no inventário nacional do Patrimônio Imaterial brasileiro. Termos uma feira poética onde podemos comercializar nossas obras é tudo o que a gente sonhou”, destaca o cordelista Moizes Nobre.
De acordo com o antropólogo e coordenador das ações de salvaguarda do Patrimônio Imaterial no Iphan-MA, Rafael Gaspar, o evento tem previsão de ser realizado todos os anos, como forma de fortalecer o bem cultural e o trabalho dos detentores. “A primeira edição da Feira Poética contribuiu também para divulgar amplamente a produção feita por esses detentores, como livros e cordéis e as cantorias de viola, cujas tradições permanecem expressivas em muitos municípios do estado”, frisou.
Literatura de Cordel - Essa forma de expressão foi registrada como Patrimônio Cultural do Brasil em 2018. As ações de preservação desse bem também abrangem o Repente, registrado pelo Iphan em 2021, que compartilha semelhanças com o cordel, sendo marcado pela poesia improvisada e cantada.
Repente - Também conhecida como cantoria, a manifestação reúne verso, rima e oração. Reúne um conjunto de narrativas orais, cantorias e poesia popular. Os cantadores e cantadoras estão presentes nas cidades da capital e do interior dos estados do Nordeste, assim como em regiões para onde houve migração da população nordestina. O Repente foi inscrito no Livro de Registro das Formas de Expressão no dia 11 de novembro de 2021.
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