Notícias
EXPOSIÇÃO
Exposição Outras Brasílias: conheça contranarrativas e memórias sensíveis da capital federal
Foto: Guilherme Gomes
Que Brasília (DF) recebeu pessoas de todo o país para trabalhar na construção da cidade, disso a maioria das pessoas já sabe. Mas e as outras narrativas que fogem do discurso que privilegia o Plano Piloto e os monumentos que o enaltecem? Esse é o objetivo da Exposição Outras Brasílias: memórias sensíveis e contranarrativas, que está aberta para visitação na Sala de Exposições da sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Brasília (DF), de segunda à sexta-feira, das 9h às 18h.
A exposição interativa, que prevê visitas guiadas a grupos com agendamento prévio e ações educativas para estudantes do ensino fundamental da rede pública de ensino do DF, apresenta alguns episódios de memórias sensíveis da cidade, como a luta pela bomba d’água por mulheres de Taguatinga, em 1960, e o violento incêndio no mês seguinte à inauguração de Brasília, ocorrido na Cidade Livre, área criada para acolher trabalhadores, hoje conhecida como Núcleo Bandeirante.
A mostra conta 30 paineis emoldurados e em papel fotográfico, que são integrados a tocadores MP3 conectados a aparelhos telefônicos, disponibilizando referências sonoras sobre alguns dos episódios retratados. Também compõem a exposição totens de sujeitos históricos em tamanho real - indígenas, mulheres e trabalhadores -, além de outros materiais comunicativos, como um jogo de investigação histórica sobre espaços da cidade, quebra-cabeças de territórios do DF e ímãs de imagens montáveis sobre a construção de Brasília.
Outras Brasílias
A coordenadora da exposição e professora de História da Universidade de Brasília (UnB), Cristiane Portela, explica que mais de seis décadas de inauguração de Brasília, fontes e abordagens diversas, produzidas a partir de pesquisas de diferentes campos de conhecimento, nos permitem questionar a "história única" que foi construída oficialmente desde o governo de Juscelino Kubitschek. “São muitas as histórias que temos a contar. E contá-las é uma forma de fortalecer a nossa democracia, ao lembrar que memórias sensíveis, como a ditadura militar e outras formas de opressão, também fazem parte de nossa história. E essas feridas devem vir à tona em momentos de rememoração, como este em que lembramos criticamente os 60 anos de 1964 em Brasília”, disse.
De acordo com a professora, a exposição surge após sua experiência nas escolas públicas da periferia do Distrito Federal desde 2005, quando percebe o incômodo com narrativas centradas no Plano Piloto, com protagonismo de homens em um lugar social privilegiado e a ausência de um olhar atento aos recortes de raça/etnia, classe e gênero. “Destes incômodos, vai surgindo nestes anos um coletivo de professores(as) e pesquisadores(as) interessados(as) em propor contranarrativas”, explica Cristiane Portela.
SERVIÇO
Exposição Outras Brasílias: memórias sensíveis e contranarrativas
Datas e horário para visitação | Até 14/06 | de segunda à sexta-feira, das 9h às 18h.
Sala de Exposições do Iphan Sede - SEPS 702/902, Torre A, Bairro Asa Sul, Brasília (DF), Térreo
Para solicitar o agendamento de visitas guiadas de grupo (com mais de dez pessoas):
Mais informações para a imprensa
Guilherme Gomes - guilherme.cardoso@iphan.gov.br
comunicacao@iphan.gov.br
www.gov.br/iphan
www.facebook.com/Iphangov | www.twitter.com/IphanGovBr
www.instagram.com/iphangovbr
www.yotube.com/IphanGovBr