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PATRIMÔNIO IMATERIAL
Eventos em Recife celebram revalidação do Frevo e registro da Ciranda do Nordeste
Em 2021, se tornaram Patrimônio Cultural o Banho de São João, o Repente, a Ciranda do Nortesde e o Forró. Crédito: Roberto Castro
Essa sexta-feira (17) marc a duas celebra ções na capital pernambucana : Recife sediou a c omemoração da r evalidação do título do Frevo como patrimônio imaterial e d o r econhecimento da Ciranda do Nordeste como Patrimônio Cultural do Brasil . O primeiro evento ocorreu no Paço do Frevo, Bairro do Recife, na parte da manhã. Na sequência, a Casa da Cultura Luiz Gonzaga abrigou a abertura d o 1º Encontro Pernambucano de Cirandas . Os festejos contaram com a presença do Ministro do Turismo Gilson Machado Neto, da presidente do Iphan Larissa Peixoto, do superintendente do Instituto em Pernambuco Rogério Henriques, entre outros.
"Mantemos o nosso compromisso de respeito ao cidadão e ao detentor quando trabalhamos as políticas públicas de forma dedicada, técnica e legalizada. Isso só aconteceu graças ao trabalho de todos. Com essas entregas reforçamos a nossa responsabilidade como instituição, Estado e também como sociedade de proteger o grande Patrimônio Cultural Brasileiro", destaca presidente do Iphan Larissa Peixoto.
Promovido pelo Governo de Pernambuco por meio da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), o I Encontro Estadual de Cirandas acontece de sexta (17) a domingo (19) . Ao todo, 30 grupos de ciranda se apresentarão para receber o reconhecimento concedido pelo Iphan. As atrações terão início sempre a partir das 14h e o evento é aberto ao público, seguindo os protocolos de segurança sanitária, como uso de máscaras e comprovante de vacinação com as duas doses.
A revalidação do Frevo
Tradicional em Recife e Olinda (PE), o Frevo é expressão musical, coreográfica e poética. Foi registrado como Patrimônio Cultural do Brasil em 2007 e tem origem no final de século XIX. Inicialmente, era praticado por bandas militares, escravos recém-libertos, capoeir ista s e a nova classe operária recifense do começo do século XX. O bem também está na lista de Patrimônio da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura ( Unesco ) .
Os bens culturais registrados como Patrimônio Cultural passam pelo processo de revalidação a cada dez anos, de acordo com o estabelecido no Decreto nº 3.551/2000. O objetivo é investigar a atual situação do bem cultural, verificar mudanças nos sentidos e significados atribuídos a ele , entre outros aspectos.
A revalidação também busca dar subsídio a ações futuras de proteção e valorização do patrimônio imaterial. O s detentores são convocados a participar de todas as etapas do processo e contribuem com a elaboração do Parecer de Reavaliação, disponibilizado para manifestação de a toda a população.
A decisão de revalidar o Frevo foi tomada durante a durante a 97ª reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan. Na ocasiã o, também foram revalidados os títulos do Tambor de Crioula do Maranhão (MA) e do Ofício das Paneleiras de Goiabeiras (ES).
O registro da Ciranda do Nordeste
P or unanimidade, o C onselho Consultivo decidiu pelo reconhecimento d a Ciranda do Nordeste como Patrimônio Cultural do Brasil d urante a sua 97ª reunião . Os conselheiros votaram pela inscrição do bem no Livro de Registro das Formas de Expressão do Iphan .
A ciranda do Nordeste é uma forma de expressão que une música, poesia e dança de roda . É vivenciada como um modo coletivo de celebrar a vida, sem distinções pessoais, delimitações e temporalidades rígidas. E stá rodeada de significados que envolvem o balanço do mar, os ciclos da vida e as brincadeiras de criança. A dança é um elemento central para vivenciar a Ciranda e, em geral, acontece com os dançantes dando as mãos em um círculo fechado que se move em uma única direção.
Existem variações de passos complexos, porém o mais importante é a simplicidade e a união. A roda pode acontecer em diferentes contextos , como carnaval, encerramento de uma atividade pedagógica , ou em festejos juninos; em espaços abertos ou fechados, como ruas, bares e praças.
A solicitação de registro foi apresentada pela Secretaria de Cultura do Governo do Estado de Pernambuco com amplo apoio da população. A instrução da solicitação, que contou com a parceria da Fundarpe, incluiu pesquisa de identificação com aplicação do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC), mobilização da comunidade e produção de dossiê de registro, material audiovisual e fotográfico.
A pesquisa de referência para o registro foi realizada em Pernambuco, especificamente na Zona da Mata Norte e Região Metropolitana de Recife, mas há indícios de que essa expressão ocorra em outros estados do Nordeste, como Alagoas e Paraíba. Por isso, o parecer técnico apontou o nome “Ciranda do Nordeste” como o mais adequado , uma vez que essa forma de expressão pode vir a ser identificada em outras localidades.
Crédito foto 2: Foto: Paulo Maia / Acervo Iphan
Com informações da Fundarpe
Assessoria de Comunicação Iphan
Daniela Reis
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