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MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA
Evento debate Patrimônios da Pequena África no Rio de Janeiro (RJ)
Foto: Oscar Liberal/Iphan
Nesta quinta-feira (21/11), o Museu da História e Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), no Rio de Janeiro (RJ), foi o cenário do painel "Patrimônio humano e material afro-brasileiro da Pequena África com a Sociedade Civil". O evento, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como parte do ciclo de ações “Mês da Consciência Negra Iphan”, conectou discussões locais ao cenário global do G20, também realizado na cidade.
O painel buscou reunir diversos segmentos da sociedade para fortalecer a luta pela valorização do legado afro-brasileiro. Seguindo a categorização da Portaria Iphan nº 88/2023, que institui o Comitê Gestor do Cais do Valongo, os debates foram divididos em três blocos: "Instituições e lugares de referência no sítio patrimônio mundial", “Representações culturais” e “Movimentos sociais”.
O debate também contou com as presenças de Márcia Glória da Costa, presidenta do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras (IPCN); Maria Lídia Moraes, diretora institucional da Associação Recreativa de Samba Vizinha Faladeira; e A escritora Conceição Evaristo foi um dos destaques do bloco “Representações Culturais”, que abordou como as expressões culturais da Pequena África fortalecem a identidade afro-brasileira. João Carlos Basílio da Silva, conhecido como Bororó, presidente da Associação Cultural Bloco Carnavalesco Coração das Meninas. Na ocasião, Evaristo falou sobre o trabalho da Casa Escrevivência, um espaço que reúne o acervo artístico e livros da escritora, no Largo da Prainha, na região da Pequena África (RJ). Além disso, ela convidou o público a refletir sobre a preservação das histórias que moldam a identidade afro-brasileira e a importância da sociedade civil como guardiã dessas narrativas.
“O direito à memória é um direito de todos os povos. A Pequena África é uma memória que é contada sob a perspectiva negra. A história, os monumentos de memória, geralmente, são marcados pelo registro do colonizador. Mas a Pequena África apresenta o outro lado da memória, pois ali temos a presença de protagonistas e espaços negros construídos a partir dos nossos desejos e planejamentos. Quando falamos de memória, especialmente em um espaço como este em que estamos, não podemos esquecer as etapas e os caminhos que nos trouxeram até aqui", comentou.
O evento também contou com a participação de outras importantes lideranças e especialistas. No bloco "Instituições e lugares de referência no sítio patrimônio mundial", Alexandre Nadai, do Instituto Pretos Novos; Célio dos Santos, da Associação Cultural e Recreativa Filhos de Gandhi; João Maurício Brangaça Garcia Lopes, do Instituto Cena Portuária; e o Prof. Dr. Babalawô Ivanir dos Santos abordaram o papel do Cais do Valongo como bem cultural reconhecido como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e símbolo da diáspora africana e resistência cultural.
Já no terceiro bloco, "Movimentos Sociais", Silvio Adesoji, do Movimento Negro Unificado; Francisca Fernanda, da União de Negras e Negros pela Igualdade (Unegro); e Hugo Silva de Oliveira, do Instituto Caminhantes, ressaltaram a importância das mobilizações populares na formulação de políticas públicas para a preservação do patrimônio afro-brasileiro.
Durante os debates, a superintendente do Iphan no Rio de Janeiro, Patrícia Wanzeller, ressaltou o papel fundamental da sociedade civil no processo de preservação. “A preservação do patrimônio de matriz africana é fundamental para reconhecer e valorizar as raízes que moldam a nossa identidade cultural. É nosso dever resguardar, manter e dar o devido valor a esses bens, que carregam memórias e histórias de resistência. O Iphan se coloca na condição de aprender com essa riqueza e colaborar nesse processo, sempre destacando a sociedade civil como protagonista na construção e na salvaguarda dessa memória coletiva”, completou.
Para encerrar o evento, o grupo Filhos de Gandhi apresentou uma performance cultural, celebrando as tradições das irmandades negras como símbolos vivos de memória e resistência.
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