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PROGRAMAÇÃO CULTURAL
Escritório do Iphan em Paraty (RJ) recebe exposição da cidade em miniatura
Modelos incentivam o público a conhecer o centro histórico. Créditos: Rafael Nascimento
O Escritório Técnico (ET) do Iphan na Costa Verde (RJ) promove a exposição gratuita "Patrimônio e Maquetes". Situada na sede do e scritório , em Paraty , a mostra reabre ao público a área de visitação do prédio, que foi fechad a em 2020 devido à pandemia de Covid-19 . Elaborada pela equipe do Instituto , a exposição reúne quatro maquetes de algumas das edificações mais icônicas da cidade .
A Igreja de Santa Rita, a velha cadeia, o Forte Defensor Perpétuo e um antigo armazém da Rua Dona Geralda são os bens culturais representados na mostra . As maquetes compõem o acervo da “Mini Estrada Real”, antigo parque temático de Paraty que contemplava réplicas na escala 1:18 de edifícios, largos, praças e monumentos do Caminho do Ouro . C onstruíd o entre os séculos XVII e XIX a partir de trilhas indígenas, o caminho interligava Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo para o escoamento do ouro.
De propriedade e autoria dos artesões Marcelo Castanheira e Maria Selma, as maquetes são compostas por estrutura em fibra de vidro . Os acabamentos em pedra-sabão, metais e telhas cerâmicas garantem o tom realista das obras, de modo a representa r, inclusive, o efeito d a passagem do tempo das edificações .
“Esse ano o escritório completa 40 anos, então para nós é um presente poder reabri-lo e receber o público. As pessoas se encantam não só com a exposição, mas também com o próprio edifício do escritório, que preserva as características dos imóveis do centro histórico de Paraty”, celebra chefe d o ET, Rafael Nascimento .
Inaugurada em janeiro deste ano, a exposição já levou cerca de 1000 visitantes para o pavimento térreo do escritório que , além das salas de exposição , também abrig a biblioteca, jardins e sala multiuso . A mostra representa parte do patrimônio material tombado pelo I phan em Paraty .
“As pessoas ficam encantadas com as maquetes pela perfeição do trabalho. Os modelos servem como estímulo para visitar os bens tombados representados”, elogia Nascimento.
O Iphan em Paraty
Autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tem atuado na cidade desde a década de 1940, pouco após a fundação do Instituto, em 1937. Em 1957, a Autarquia tombou o Forte Defensor Perpétuo. No ano seguinte , houve o tombamento do conjunto arquitetônico e paisagístico d e Paraty , que contempla o centro histórico e o prédio da Santa Casa Misericórdia.
Em 1962 , foram protegidas as seguintes igrejas: Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, Santa Rita, Nossa Senhora do Rosário e Nossa Senhora das Dores. Já em 1966, o municíp i o foi alçado a monumento nacional pelo Decreto n° 58.077/1966, seguido pelo tombamento integral do município em 1974.
Mais recentemente, em 2019, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) chancelou Paraty e Ilha Grande como Patrimônio Mundial. Trata-se do primeiro reconhecimento do Brasil na categoria “sítio misto”, que considera a integração entre cultura e meio ambiente. Abrange um território de quase 149 mil hectares, no qual o centro histórico se cerca de quatro áreas de conservação ambiental.
Nesta região, uma cultura viva e ancestral coexiste com um ambiente natural e exuberante. Ali, testemunhos culturais incluem o centro histórico, diversos sítios arqueológicos, uma porção do antigo Caminho do Ouro e comunidades tradicionais indígenas, quilombolas e caiçaras .