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SÍTIO ARQUEOLÓGICO
Entorno do sítio de São Miguel Arcanjo (RS) ganha requalificação urbanística
São Miguel das Missões Foto: Victor Hugo Mori
Nessa segunda-feira (18/12), foi entregue mais uma etapa da requalificação urbanística do entorno do Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo, na cidade de São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul. As obras, iniciadas em 2014, pelo Programa PAC Cidades Históricas, chegaram à sua conclusão com a entrega da terceira etapa neste mês de dezembro, com um investimento de R$ 7.859.651,61, totalizando R$ 15.366.103,02 de investimento nas três etapas, em uma extensão executada de 6.475 metros.
A cerimônia de entrega ocorreu às 17h dessa segunda-feira, contando com a presença do presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass, do Prefeito Municipal de São Miguel das Missões, José Roberto, e da secretária de cultura, Beatriz Araújo, entre outras autoridades locais.
Realizada através da parceria entre o Iphan e a prefeitura de São Miguel das Missões, a terceira etapa da obra entregou melhores condições de mobilidade, acessibilidade e segurança para a comunidade e os visitantes, com intervenção em 30 trechos da região. Dentre os serviços realizados, está a implementação de pavimentação asfáltica, trazendo melhorias na malha urbana, implantação de ciclovias e calçadas, rampas para pessoas com mobilidade reduzida, pintura de sinalização horizontal, sinalização vertical, e vegetação junto aos passeios.
O projeto visou prioritariamente requalificar o entorno do sítio arqueológico, que compõe a lista de bens reconhecidos como Patrimônio Cultural da Humanidade. Além disso, propôs um padrão urbano que se estenderá gradualmente às demais áreas da cidade. Essas iniciativas não apenas enriquecem a experiência turística local, mas também fomentam o desenvolvimento da comunidade, valorizando e preservando o patrimônio cultural.
"É importante fazer um investimento como esse? É importante para os turistas, mas é mais importante ainda para quem mora aqui. A cidade não pode ser boa para o turista e ruim para o morador. Não adianta a gente ter aqui visitantes da Europa, dos países do Mercosul, da América Latina, da África, da Ásia, se quem está aqui não está feliz", disse o presidente do Iphan, Leandro Grass, durante a cerimônia, explicando porque o Instituto deu prioridade à conclusão de obras como essas, no sítio de São Miguel Arcanjo, e outras 138 pelo Brasil, no âmbito do Novo PAC.
Morador e artesão de São Miguel das Missões, Mário Oliveira corrobora as palavras de Grass ao comentar o impacto das obras para comerciantes como ele: "As obras são de suma importância para o fluxo de turistas e para a nossa população miguelina. Muitas pessoas aderiram agora, com essas novas obras, a fazer suas caminhadas no entorno do sítio. [É] até a própria população conhecendo melhor a nossa cidade, né?", diz o artesão.
São Miguel das Missões
A região em que hoje se encontra a cidade de São Miguel das Missões corresponde ao maior entre os 30 povoados missioneiros criados pelos jesuítas ao longo dos séculos XVII e XVIII, entre Brasil, Argentina e Paraguai, em seu empenho de colonização dos povos indígenas daquele território. Em 1937, o arquiteto Lucio Costa foi enviado pelo Iphan ao Rio Grande do Sul para analisar os remanescentes desses aldeamentos, e a visita resultou no tombamento, que reconhece a região do Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo como Patrimônio Cultural Brasileiro.
Em 1983, o sítio foi também declarado Patrimônio Mundial Cultural pela Unesco. Anos mais tarde, em 2009, foi criado o Parque Histórico Nacional das Missões, que reúne os sítios arqueológicos de São Miguel Arcanjo, São Lourenço Mártir, São Nicolau e São João Batista.
Por sua importância também para a história e a cultura do povo Guarani-Mbyá, em 2014 o local foi registrado pelo Iphan como Patrimônio Imaterial do Brasil, no Livro de Registro de Lugares, como “Tava – Lugar de Referência para o Povo Guarani”. Em 2019, ela foi reconhecida como Patrimônio Cultural do Mercosul. Para os guaranis, as tavas, ou “casas de pedra”, representam os valores fundamentais do modo de vida Guarani. As ruínas constituem um lugar de relação entre os guaranis contemporâneos e seus ancestrais, onde se aproximam de suas divindades, em busca da Yvy marãey, a morada dos imperecíveis, conhecida entre os não indígenas como a Terra sem Males.
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