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PATRIMÔNIO MATERIAL
Em São Paulo, caminhos coloniais recebem tombamento provisório do Iphan
Foto: Acervo/Iphan
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura, realizou o tombamento provisório dos bens culturais denominados "Remanescentes do Caminho do Mar, Caminho do Padre José e Calçada do Lorena", localizados na região da Serra do Mar e de Paranapiacaba, estado de São Paulo. O tombamento é um dos dispositivos legais que o poder público federal, estadual e municipal dispõe para preservar a memória nacional.
A notificação do tombamento provisório foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) no dia 27 de janeiro . A partir desta data, qualquer intervenção dentro da área tombada ou em seu entorno deve ser previamente autorizada pela Superintendência do Iphan no Estado de São Paulo. O tombamento definitivo será decidido em reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, órgão colegiado de decisão máxima que integra o Instituto. Caso o tombamento se confirme, o processo será concluído com a inscrição do bem em um dos Livros do Tombo do Iphan.
Clique aqui e leia o parecer técnico do tombamento provisório na íntegra.
Caminho do Mar, Caminho do Padre José e Calçada do Lorena
De acordo com o parecer técnico que definiu o tombamento provisório do local, os caminhos coloniais em São Paulo estão ligados ao processo de interiorização do Brasil, tendo como pano de fundo a transposição do íngreme relevo da Serra do Mar. A pauta já era discutida em 1955, quando o assunto foi inicialmente analisado por Carlos Drummond de Andrade, chefe da seção de história do Iphan. Segundo ele, o Caminho do Mar seria o “caminho velho da Borda do Campo”, que tinha início no porto de Santa Cruz e subia pela serra do Cubatão, para atingir também a vila que hoje é São Paulo.
Por sua vez, o Caminho do Padre José, também citado no processo de tombamento, é aquele que, supostamente sob a orientação do padre José de Anchieta, começou a ser aberto em 1560, igualmente entre o litoral e o planalto. Deste caminho, porém, poucos vestígios podem ser encontrados hoje.
A Calçada do Lorena, da qual subsiste atualmente um grande trecho, Carlos Drummond de Andrade nos informa, dentro do processo de tombamento, que esta seria a grande obra de engenharia executada por iniciativa do governador de província José de Lorena. Sua construção ocorreu entre os anos de 1788 e 1789, sendo o calçamento original datado de 1792.
Durante este período, foi a única opção para transportar mercadorias do planalto para o porto de Santos até a construção do Caminho do Mar, primeira via de acesso pavimentada com concreto da América Latina. Também seria este o caminho trilhado por Dom Pedro I para seguir de Santos até São Paulo onde, em 7 de setembro de 1822, proclamou a Independência do Brasil.
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