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PATRIMÔNIO EDIFICADO
Em Santa Catarina, Iphan devolve à população dois novos bens restaurados
Foto: Marina Cañas
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura, entrega mais dois bens devidamente restaurados à população de Santa Catarina. As obras da Fortaleza de Santo Antônio de Ratones, em Florianópolis, e do Moinho Kollross, em Itaiópolis, receberam quase R$ 9 milhões em investimentos.
A Fortaleza de Santo Antônio de Ratones, entregue nesta segunda-feira (27), recebeu intervenções de restauro e requalificação. Foram investidos mais de R$ 8 milhões em recursos oriundos do Fundos de Direitos Difusos do Ministério da Justiça (FDD/MJ) e de emenda parlamentar.
Já as obras de restauração do Moinho Kollross, que será devolvido à população na próxima quarta-feira (29), recebeu quase R$ 600 mil em investimentos advindos de emenda parlamentar. O projeto foi anteriormente contratado pela Prefeitura Municipal de Itaiópolis, com recursos de convênio com o Iphan.
“Os dois bens são significativos para a história e cultura de Santa Catarina e do Brasil. É com grande alegria que devolvemos à população essas edificações restauradas e adaptadas para melhor recebê-la”, destaca o presidente do Iphan, Leandro Grass.
As obras
A obra da Fortaleza de Santo Antônio de Ratones, em Florianópolis (SC), incluiu recuperação dos rebocos à base de cal, assim como dos pisos e forros. As coberturas foram parcialmente refeitas e as instalações elétrica e hidráulica foram substituídas e ampliadas. Também foi implantado um sistema de prevenção de descargas atmosféricas e renovadas as instalações de prevenção de incêndio. A fortaleza recebeu, ainda, novo sistema de placas fotovoltaicas que será responsável por todo o fornecimento de energia do bem.
As adaptações também incluíram novas estruturas de sanitários e iluminação. Na parte interna da fortaleza, foram instalados painéis expográficos com informações sobre a história e a arquitetura do bem.
“A fortaleza agora conta também com um funicular que funcionará com a energia gerada pelas placas fotovoltaicas. Com isso, a acessibilidade do bem será ampliada, permitindo que as pessoas com dificuldade de locomoção possam entrar no local sem problemas”, explicou a superintendente do Iphan em Santa Catarina, Regina Helena Santiago. “As fortalezas, historicamente construídas como um elemento de defesa, são propositalmente difíceis de acessar, então foi necessário fazer essa adequação”, acrescentou.
O Moinho Kollross, em Itaiópolis, também recebeu intervenções que melhoram a acessibilidade do bem. “A obra de restauro e adequação do moinho busca proteger a edificação, criando um importante foco de visitação turística regional, ampliando a acessibilidade e valorizando a história da cultura de imigração em Santa Catarina”, ressalta Regina.
No futuro, o moinho abrigará o Espaço de Memória do Moinho Kollross, acessível ao público. No local, será possível conhecer a atividade de moenda de grãos e cereais, incluindo o acervo de maquinários utilizados na moagem dos grãos e que ainda permanecem na edificação.
A Fortaleza de Santo Antônio de Ratones
O bem está localizado na Ilha de Ratones Grande, na Baía Norte da Ilha de Santa Catarina, em Florianópolis. A fortaleza é tombada pelo Iphan desde 1938, e integra a lista indicativa do Conjunto de Fortificações do Brasil que concorrerão ao título de Patrimônio Mundial da Humanidade, concedido pela Organização das Nações Unidas pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Construída em 1740, a Fortaleza de Santo Antônio de Ratones faz parte, juntamente com as Fortalezas de Santa Cruz de Anhatomirim e de São José da Ponta Grossa, do triângulo defensivo da baía norte da Ilha de Santa Catarina. Esse sistema foi projetado pelo engenheiro militar brigadeiro José da Silva Paes, com o intuito de proteger a Ilha de Santa Catarina de invasões estrangeiras, consolidar a ocupação ao sul do Brasil Colônia e servir de base para a defesa e manutenção da Colônia de Sacramento.
A fortaleza foi abandonada em 1777, durante a invasão espanhola e, no decorrer do século XIX, foi desativada. A fortificação também foi ocupada pelos rebeldes no decorrer da Revolução Federalista, em 1893, que nela instalaram dois canhões raiados. No início do século XX, o bem teve seu uso modificado, passando a ser utilizado como lazareto.
Inicialmente sob a jurisdição da Marinha do Brasil, a fortaleza hoje é administrada pela Universidade Federal de Santa Catarina.
Moinho Kollross
O Moinho Kollross está situado no núcleo histórico do Alto Paraguaçu, em Itaiópolis (SC), área protegida pelo Iphan desde 2007, dentro do projeto Roteiros Nacionais de Imigração. O moinho foi construído em 1950, iniciando suas atividades em 1953 e funcionando até 1999.
O bem mantém viva as referências culturais do campo e da cultura polonesa na região, tanto pela sua configuração construtiva, quanto pela dimensão imaterial que congrega os saberes dos ofícios de marcenaria, carpintaria e moagem de grãos. A edificação mantém quase intacto o maquinário original utilizado para moer grãos.
Assessoria de Comunicação Iphan
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