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TOMBAMENTO
Edifício-sede da Cruz Vermelha Brasileira é tombado pelo Iphan
Nesta quarta-feira (10), o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural votou pelo tombamento definitivo do Edifício-sede da Cruz Vermelha Brasileira , situado no centro do Rio de Janeiro (RJ). Em julho deste ano, havia sido publicado o tombamento provisório da edificação . A decisão do Conselho, órgão vinculado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), reconhece a relevância do bem e protege por lei a edificação, em caráter permanente. Localizado na praça da Cruz Vermelha, o prédio reúne características arquitetônicas do início do século XX e remete à fundação da Cruz Vermelha no Brasil.
“De longe, dá pra ver a grandiosidade da edificação no centro do Rio de Janeiro. É um prédio que demarca um importante momento da então capital da República”, afirma a presidente do Iphan Larissa Peixoto. “Com o tombamento, o Instituto vai atuar na preservação das características arquitetônicas e dos significados desse bem para a história e a cultura do Brasil”.
Em virtude do tombamento, todas as intervenções na edificação terão de ser autorizadas pelo Iphan, autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo. O bem cultural será inscrito no Livro do Tombo Histórico do Iphan.
O tombamento reconhece o valor histórico de uma instituição que luta pela garantia de direitos humanos. No escopo internacional, buscou estabelecer condições mínimas de humanidade diante de conflitos armados. Já no Brasil, a instituição atuou em situações de desigualdade social, catástrofes naturais e acolhida a refugiados. Na cúpula do prédio está esculpida a cruz vermelha em fundo branco, que simboliza toda essa história.
Diante da necessidade de cuidados humanitários nas guerras do século XIX, a Cruz Vermelha foi instituída no Brasil em 1908. Concebeu-se o prédio da organização a partir do projeto vencedor de concurso público, da autoria de Pedro Campofiorito. Em 1912, o governo federal concedeu o terreno da então esplanada do Senado à Sede da Sociedade da Cruz Vermelha Brasileira. Com obras iniciadas em 5 de outubro de 1919, o prédio foi inaugurado em 1923.
Já a praça da Cruz Vermelha, onde se situa o prédio, relaciona-se às grandes reformas urbanísticas iniciadas pelo então prefeito do Rio de Janeiro, Pereira Passos, inspirado nas mudanças de Paris do século XIX. A construção da praça fez parte do projeto de modernização do centro da cidade, que criou o cruzamento das avenidas Mem de Sá e Henrique Valadares com a rua Carlos Sampaio.
Disposta em formato circular, a fachada principal acompanha o contorno da praça. Ocupa toda a quadra delimitada pelas ruas Carlos Carvalho e Ulbaldino do Amaral, assim como pelas avenidas Henrique Valadares e Carlos Sampaio.
O edifício no centro do Rio
As fachadas, a cobertura, as escadas e a volumetria do
hall
são características marcantes da edificação, concebida em estilo eclético, com estrutura de pedra e cal, além de tijolo maciço. O bem cultural conserva características da época de sua construção, como esculturas, a sustentação do prédio e o vão das portas e janelas.
O pedido de tombamento foi apresentado pela diretoria nacional da Cruz Vermelha Brasileira ao Iphan pela primeira vez em 1988, quando o prédio já era tombado em níveis municipal e estadual. A instrução do processo foi iniciada em 2001, a partir da realização de estudos sobre a edificação.
Tombamento
De acordo com o Decreto-lei nº 25 de 1937, os bens tombados pelo Iphan não podem ser “destruídos, demolidos ou mutilados”. Para intervenções como reparações, pinturas ou restauros também deve ser solicitada prévia autorização ao Instituto. Sem autorização do Iphan, também não poderão fazer construções que prejudiquem a visibilidade do bem tombado, assim como cartazes ou anúncios. Ainda segundo o decreto, constituem o Patrimônio Cultural do Brasil os bens cuja conservação seja de interesse público, seja por estarem vinculados a fatos memoráveis da história do país ou por se valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico.
Crédito das imagens: Tânia Rego/Agência Brasil
Assessoria de Comunicação Iphan
Daniela Reis
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