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PATRIMÔNIO EDIFICADO
Edifício Docas de Santos é entregue restaurado no Rio de Janeiro (RJ)
Foto: Ana Carla Pereira/Iphan
Nesta quarta-feira (7/8), o Edifício Docas de Santos, sede da Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Rio de Janeiro, foi entregue restaurado. O evento marcou a conclusão de um extenso processo de restauração, que teve início em dezembro de 2019 e envolveu o maior restauro dos 116 anos de história do edifício.
Com investimento de mais de R$18 milhões do Fundo de Defesa de Direitos Difusos (FDD), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, as obras incluíram a recuperação da fachada, incluindo seus diferentes ornamentos e sua cantaria, a renovação das instalações elétricas e de incêndio, a implementação de um sistema de segurança e a adaptação dos ambientes para acessibilidade. Além disso, foram restaurados os bens móveis e integrados, esquadrias, pisos e paredes. Original, o elevador também passou por um processo de modernização e encontra-se em pleno funcionamento.
Presente na cerimônia, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou a importância histórica do prédio. "A sede do Iphan-RJ não é apenas um espaço físico. O edifício é testemunha das modificações ocorridas na cidade do Rio de Janeiro, desde o começo do século XX. Assim sendo, é um apontamento para o nosso passado e um repositório de esperanças e ideias para as futuras gerações", pontuou a ministra.
A cerimônia de reinauguração também contou com a presença do presidente do Iphan, Leandro Grass; do diretor do Departamento de Ações Estratégicas e Intersetoriais (DAEI) do Iphan, Daniel Sombra; e do superintendente do Iphan-RJ, Paulo Vidal.
Uma das primeiras edificações da Avenida Rio Branco
Inaugurado em 1908 na então Avenida Central, atual Avenida Rio Branco, o prédio foi projetado pelo engenheiro Ramos de Azevedo e construído pela empresa Antônio Januzzi Filho & Companhia para ser a sede da Companhia Docas de Santos. Este edifício é um dos poucos remanescentes da abertura da avenida, no início do século XX, e o último dos imóveis comerciais de porte leve na região. Reconhecido por sua arquitetura eclética, o prédio é uma homenagem ao centenário da abertura dos portos do Brasil e apresenta uma variedade de elementos náuticos distribuídos na ornamentação das fachadas e dos ambientes internos.
Os materiais utilizados na construção do edifício vieram de diversas partes da Europa. Os tijolos, o cimento, os ladrilhos, as telhas e ferragens foram importados da França, enquanto as vigas de aço, os ladrilhos, vidros decorados e cristais foram trazidos da Bélgica. Também vieram peças de ferro da Alemanha e mármores da Itália.
Rica em detalhes arquitetônicos e artísticos, a edificação foi tombada pelo Iphan em 1978. A partir de 1986, o prédio passou a ser ocupado pela Fundação Nacional Pró-Memória e, posteriormente, pela Superintendência do Iphan no Rio de Janeiro.
"Neste edifício, há muita história e memória sobre a democracia brasileira. Este lugar também representa a economia do nosso País. Hoje, volta a ser a casa do Patrimônio Cultural, aberta a toda a sociedade", destacou o presidente do Iphan durante a solenidade de reinauguração.
Obras de arte reveladas
Durante a restauração, foram feitos esforços significativos para recuperar a ornamentação original do edifício. Um dos pontos altos do restauro foi a descoberta de pinturas artísticas no terceiro andar, atribuídas aos pintores Del Bosco e Benno Traidler. As obras estavam encobertas por camadas de tinta branca, desde a década de 1960. O processo de restauração durou três meses, entre as etapas de decapagem e restauro, e incluiu limpeza do verniz antigo, reintegração cromática e aplicação de verniz de proteção.
Além dessas pinturas, também foram encontrados retratos de Pedro Álvarez Cabral e Cristóvão Colombo no teto do hall de entrada do terceiro andar. Conhecido como o pavimento nobre, o terceiro piso também é valorizado por suas balaustradas em mármore de Carrara, frontões renascentistas e barrocos, e elementos decorativos que evocam o período das grandes navegações.
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