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Edificações da Fazenda São Bernardino, em Nova Iguaçu (RJ), serão restauradas
Casa-sede da Fazenda vista da edificação que abrigava a senzala. Créditos: Daniela Reis
Boas novas para a Baixada Fluminense, região do estado do Rio de Janeiro (RJ). Com o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Prefeitura de Nova Iguaçu vai restaurar dois prédios da Fazenda São Bernardino: o antigo armazém, conhecido como tulha, e o imóvel que abrigava a senzala.
Com investimentos da ordem de R$ 1,5 milhão do poder municipal, a ação da Prefeitura de Nova Iguaçu no bem cultural contempla o projeto executivo que vai orientar as intervenções; as prospecções arqueológicas; e as obras nas edificações. As prospecções já foram finalizadas, portanto, as próximas etapas dos trabalhos são a aprovação do projeto com o Iphan e a execução da obra em si.
Além disso, Iphan, Prefeitura – através da Secretaria de Cultura e da Secretaria de Infraestrutura – e Casa Civil do Governo do Estado do Rio de Janeiro estão buscando estratégias inovadoras para combater o perecimento de décadas pelo qual passa o monumento. A intenção é unir esforços a fim de captar recursos para o projeto executivo e o restauro da sede da fazenda.
“Endossada por instituições de diferentes esferas, a iniciativa de recuperar a Fazenda São Bernardino representa o fim de um longo período de arruinamento e perecimento de um dos ícones mais importantes da Baixada fluminense. Este é o momento da virada na recuperação deste bem. Vamos fazer todo o possível e unir esforços para devolver este equipamento cultural importantíssimo para a população fluminense e para o Patrimônio Cultural Brasileiro”, celebra o superintendente do Iphan-RJ, Olav Schrader.
Autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo, o Iphan tombou a sede da fazenda em 1951, com a inscrição no Livro do Tombo das Belas Artes. Exemplar de construção “apalacetada”, a casa adota estilo neoclássico, que segue tendência do período em que foi erguida.
Quem percorre a estrada Zumbi dos Palmares, que fica na rodovia RJ-111, avista o delineado imponente da sede da Fazenda. Com janelas distribuídas de modo simétrico, a edificação confere um ar bucólico à paisagem local, formada pela mescla de monumento histórico e vegetação dos arredores. Logo se nota, porém, a precária conservação do prédio, que se encontra em estado de arruinamento.
As palmeiras imperiais que ladeavam a fachada permanecem apenas em registros históricos. Lustres, móveis e acabamentos que ornamentavam a construção foram saqueados ao longo do tempo e danificados por um incêndio na década de 1980. Segue de pé apenas o esqueleto da edificação. Ainda assim, o monumento preenche de simbolismo a identidade da população: o que se comprova diante do interesse dos moradores em visitar o bem cultural e adotá-lo enquanto cenário para fotografias.
Construída em 1875 pelo português Bernardino José de Souza e Melo, a casa abrigava a sede da propriedade. Na fazenda se produzia café, açúcar, farinha de mandioca e aguardente.
Imóvel que abrigava a tulha. Créditos: Daniela Reis
O célebre poeta Carlos Drummond de Andrade, que atuou como servidor do Iphan, ressalta em documento que “a casa-grande da Fazenda de São Bernardino é uma das mais características construções rurais do ciclo do café no território fluminense, se não for de todas a mais expressiva”.
As intervenções prometem não apenas recuperar um dos principais monumentos de Nova Iguaçu, como também estabelecer um novo espaço de convivência para a população da baixada e visitantes. Atualmente, a propriedade da Fazenda é da Prefeitura de Nova Iguaçu, responsável pela gestão, administração e uso do espaço. A intenção da Prefeitura é endossar a vocação do local como ícone turístico e cultural para a cidade.
A sede da propriedade se insere em um sítio arqueológico que salvaguarda o complexo como um todo, inclusive a tulha e a senzala. Outro bem cultural da região é o sítio arqueológico da Vila do Iguaçu, cadastrado pelo Instituto em 2004.
A vila está diretamente relacionada à Fazenda São Bernardino, pois ambos remontam ao desenvolvimento e ocupação da região, que impactou não somente na história do município de Nova Iguaçu, mas também na origem de toda a baixada fluminense. Seja abaixo do solo ou ao alcance dos olhos, o Patrimônio Cultural iguaçuano preserva um legado que ultrapassa a relevância local para contar capítulos da história de todo o país.
Local da senzala onde se cozinhava. Créditos: Daniela Reis
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