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Curta-metragem retrata a riqueza das comunidades jongueiras em Minas Gerais
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por meio de sua Superintendência em Minas Gerais, lançará, no próximo sábado (20), o primeiro curta-metragem produzido na ação Salvaguarda do Jongo em Minas Gerais: memória e olhares futuros. Finalizado em 2022 e ainda inédito, o curta apresenta um retrato do Mestre Geraldo Navalha (Geraldo Lagares Miranda), de 87 anos, atualmente à frente do Grupo Caxambu do Preto Velho, no município de Patrocínio de Muriaé (MG). O filme será exibido publicamente no contexto de uma devolutiva para a comunidade de Patrocínio de Muriaé, além de disponibilizado no canal oficial do Iphan no Youtube.
A iniciativa em curso, que conta também com o apoio das prefeituras municipais, tem como objetivo suprir uma lacuna importante na documentação acerca deste bem cultural em Minas Gerais, com inéditos registros audiovisuais de Mestres Jongueiros/Caxambuzeiros dos municípios para constituição de um acervo, com foco principal na produção de um conjunto de curtas que retratem essas comunidades e seus mestres. Atualmente, as gravações também estão sendo realizadas nos municípios de Bias Fortes e Recreio e espera-se que os curtas sejam finalizados no segundo semestre. Após o registro como Patrimônio Imaterial brasileiro, ações de identificação no estado de Minas Gerais referenciaram comunidades em diferentes municípios da Zona da Mata Mineira, região historicamente associada à cultura cafeeira.
A ação, que recebeu recursos do Iphan e de emenda parlamentar, prevê também o desenvolvimento de oficinas de formação em audiovisual com os jovens destas comunidades, contribuindo para o fortalecimento e sustentabilidade desta prática cultural entre diferentes gerações e para a preservação da cultura do Jongo e a promoção de seu reconhecimento como Patrimônio Cultural brasileiro.
O Jongo no Sudeste é uma forma de expressão afro-brasileira que integra percussão de tambores, dança coletiva e elementos de religiosidade, reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil em 2005. É uma forma de louvação aos antepassados, consolidação de tradições e afirmação de identidades, com suas raízes nos saberes, ritos e crenças dos povos africanos, com abrangência nos estados da região Sudeste do Brasil: Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.