Crianças reformulam museu em Chapecó (SC)

Uma movimentação atípica se espalhou pelo museu mais antigo da cidade de Chapecó, em Santa Catarina (SC). Crianças de seis a dez anos começaram a conduzir pais, irmãos, avós e amigos para dentro do Museu Antonio Selistre de Campos. A atração era trabalho dos estudantes das redes municipal e estadual de ensino: uma exposição com desenhos que revelavam o que as crianças gostariam de ver no museu.

Trata-se da ação Construindo o Museu que eu quero , vencedora do Prêmio Rodrigo 2021 , na Categoria 1, que reconhece iniciativas de excelência que integram as dimensões material e imaterial do Patrimônio Cultural. A ideia do projeto nasceu da constatação de que as escolas procuravam o Museu para aprofundar assuntos tratados em sala de aula, mas sem a ênfase no acervo, no prédio e na instituição em si. Verificou-se a necessidade escutar, ponderar e atendar expectativas do visitante; repensar práticas educativas; e fortalecer o diálogo da instituição com a sociedade.

Construindo o museu que eu quero (Foto: Divulgação).

“As instituições de memória são pensadas por adultos e para adultos, mesmo que a imensa maioria do público visitante dos museus brasileiros seja o infantil, mais especificamente o escolar”, explica Aline Tavares, proponente do projeto, que venceu no segmento voltado para instituições do poder público municipal, estadual e federal. “A criança tem a capacidade de aproximar as pessoas pelas palavras e pelos gestos quando se encanta com algo e assim aconteceu durante essa ação”, complementa.

Casa de todos

Ao todo, mais de 1.500 pessoas foram impactadas pelo Construindo o Museu que eu quero em 2019. O número consagra um dos resultados mais expressivos da história da instituição. E não acaba por aí: em 2020 e 2021 a ação fundamentou uma série de pesquisas e palestras que refletem sobre a relação do Patrimônio Cultural com a sociedade.

Com acervo sobre a cultura dos povos formadores da região, o Museu Antonio Selistre de Campos é um símbolo de memória e identificação dos chapecoenses. Iniciativas como a ação nas escolas mostram que o Museu é casa de todos e está sempre de portas abertas.

Realizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Prêmio Rodrigo tem como objetivo valorizar e promover ações que atuam na preservação dos bens culturais do Brasil. Este ano, foram escolhidos 12 projetos vencedores. Dez delas são contempladas com R$ 20 mil, e duas são reconhecidas com menção honrosa. A cerimônia de entrega dos prêmios será realizada nesta quarta-feira, 13, a partir das 15h, com transmissão online.

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Daniela Reis
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