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ARQUEOLOGIA
Crianças encontram artefatos arqueológicos em Borba (AM)
Quatro peças com características de urnas funerárias indígenas foram encontradas na Terra Indígena Cunhã Sapucaia, no município de Borba (AM), a 321 km de Manaus, enquanto um grupo de crianças brincava em um quintal, no dia 21 de julho. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) foi acionado e uma comitiva irá ao local.
"Eles viram a parte de cima do pote. Nós cavamos e encontramos o restante do material. Duas peças estão inteiras e as outras duas racharam. Têm cinzas dentro. Nós fizemos o resgate, guardamos e avisamos ao Iphan", explicou a professora Carmen Lúcia, moradora do local onde os materiais foram encontrados.
Para o professor Genildo Nóbrega Mura, morador da comunidade e mestrando em antropologia, o achado arqueológico contribui para entender a história e a formação da sociedade local. "Costumam dizer que a terra não era nossa, mas isso prova que nossos ancestrais estiveram ali e nos ajuda a recontar nossa história", disse.
A superintendente do Iphan no Amazonas, Beatriz Calheiro, explicou que há vários relatos de achados arqueológicos no município de Borba e que a comunidade pode se tornar guardiã desses objetos após o aval do órgão federal. "Esse material pertence àquela comunidade, faz parte da história e memória dela. E eles têm presente que precisam preservar o sítio arqueológico", afirmou Beatriz.
Uma comitiva do Instituto irá ao local em agosto para realizar uma fiscalização de rotina, o que já está sendo realizado em outros municípios.
Achados fortuitos
O Iphan é responsável pela preservação e gestão do Patrimônio Cultural Brasileiro, incluindo sítios arqueológicos. A preservação desses locais é fundamental para a compreensão da história e cultura das sociedades passadas. Cada achado fortuito contribui com informações valiosas que podem revelar aspectos inéditos sobre nossos antepassados, suas práticas, tecnologias e modos de vida.
Caso encontre algum vestígio arqueológico, mesmo que por acaso, deve-se notificar imediatamente o Iphan ou a autoridade local competente e evitar qualquer tipo de escavação ou remoção de artefatos sem a supervisão de um arqueólogo devidamente autorizado. Se houver risco de saqueamento ou destruição, o Iphan poderá orientar sobre a remoção segura dos objetos para um local protegido.
Seguir as orientações do Instituto garante que esses bens culturais sejam protegidos e estudados adequadamente, permitindo que as gerações futuras tenham acesso a esse patrimônio e compreendam melhor sua própria história.
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