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PATRIMÔNIO IMATERIAL
Comunidades de jongueiros paulistas promovem encontro virtual
Jongueiros de São Paulo participam da campanha (Foto: Ailton Martins).
Entre os dias 18 e 20 de dezembro, a comunidade Jongo Zabelê promove o XI Encontro de Jongueiros Paulista. Para se adequar às medidas de distanciamento social decorrentes da pandemia, pela primeira vez o evento acontece de forma virtual. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada à Secretaria Especial de Cultura do Ministério do Turismo, patrocina a iniciativa.
Intitulada Acorda Povo, Mãe Terra mandou chamar! , a 11ª edição do encontro coloca no centro das discussões a importância do planeta Terra para as diversas formas de vida que o habitam. O tema promove um alerta para o futuro que se pode construir hoje.Em sintonia com esse mote, no dia 18 de dezembro a roda de conversa que abre o encontro busca criar pontes entre passado e presente com enfoque na continuidade da salvaguarda do Jongo, tanto em espaços físicos quanto virtuais.
Já no dia 19, as discussões tratam do papel das jovens lideranças do Jongo para a continuidade desta manifestação cultural. Apresentações da comunidade, rodas de Jongo e a exibição de uma série de curtas-metragens complementam a programação .
Também chamado de Caxambu, o Jongo no Sudeste é uma manifestação cultural que integra percussão de tambores, dança coletiva e elementos de espiritualidade. Existem hoje 13 grupos praticantes identificados no estado de São Paulo.
O Jongo é praticado nos quintais das periferias urbanas e em algumas comunidades rurais do sudeste brasileiro. Em 2005, foi inscrito no Livro das Formas de Expressão do Iphan. No Brasil, consolidou-se entre os negros em situação de escravidão que trabalhavam nas lavouras de café e cana-de-açúcar. Trata-se de uma manifestação na qual os negros falam de si e de sua comunidade, através da crônica e da linguagem cifrada.
Os atuais detentores são, geralmente, descendentes de gerações de jongueiros. Guardam lembranças vívidas das rodas que viam quando crianças, dos cantos que ouviam e das histórias que seus pais e avós contavam sobre o Jongo.
Acompanhe o encontro por meio do Youtube , Facebook e Instagram . Mais informações no site do Jongo Paulista .