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SALA DO ARTISTA POPULAR
CNFCP/IPHAN inaugura exposição sobre a cerâmica Xakriabá
Foto: CNFCP/IPHAN
Nesta quinta-feira (23/5), o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP) - unidade especial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Rio de Janeiro - inaugura a exposição "Tkai wamsrē, wanõr tê dasiwawē: barro, nosso parente ancestral", na Sala do Artista Popular (SAP). A mostra é composta por peças de ceramistas das aldeias Barreiro Preto e Sumaré I, Terras Indígenas Xakriabá, localizadas em São João das Missões (MG). Realizada pelo CNFCP/Iphan e pela Associação de Amigos do Museu de Folclore Edison Carneiro (Acamufec), a ação conta com a parceria do Museu Nacional dos Povos Indígenas e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais.
Entre as peças decorativas que compõem a exposição estão as moringas zoomórficas produzidas por Nei Xakriabá, os bichinhos e bustos feitos por Dona Dalzira, e as máscaras e bustos criados por Dona Zelina. Também fazem parte do catálogo peças utilitárias como panelas, travessas, pratos, copos, xícaras e moringas produzidas pelos artistas Dona Laura, Ivanir e Arlinda.
No território Xakribá, o barro é a matéria-prima das peças artísticas. Os cuidados começam desde o planejamento para a sua retirada, com a escolha da quadra certa da lua para essa tarefa, no caso, a quarta crescente para a cheia. Antes de retirar o barro, canta-se e reza-se, pedindo licença e agradecendo à natureza.
Após a retirada do barro, é necessário bater os torrões para remover a sujeira, como pedaços de raízes e pedras. Cada etapa é acompanhada por cantos. Com os toás, pedaços de rochas minerais que se dissolvem na água depois de serem quebrados, as peças recebem cores. Elas podem ser claras - branco, amarelo e rosa - ou escuras - preto e roxo. Para a decoração, são escolhidos os mesmos desenhos da pintura corporal Xakriabá e outros temas, como plantas, folhas e animais.
Depois de pintadas, as peças são colocadas para secar na sombra, onde não recebem muito vento. Quanto mais tempo a peça permanecer secando, menor será o risco de rachar durante a queima. As fases seguintes são enfornar e queimar. Para enfornar, é preciso cuidado, deixando que as peças maiores e mais pesadas fiquem por baixo daquelas mais leves. Após a queima, que dura um dia, as peças permanecem esfriando até que sejam retiradas do forno.
"Neste ciclo do fazer cerâmico, no qual o respeito e o cuidado se destacam, pode-se dizer que o barro se inscreve no próprio corpo do artista, além de ocupar diferentes lugares no corpo das aldeias, como no interior das casas, dos ateliês, da escola e dos fornos coletivos”, analisa Nei Xakriabá.
Esta é a 207ª exposição do Programa SAP, criado em 1983 com o intuito de oferecer um espaço de exposições de curta duração, voltado para difundir e comercializar as obras de artistas e comunidades da cultura popular. A programação da mostra conta, ainda, com a atividade "Um Dedo de Prosa", um bate-papo que acontece no dia 24 de maio, no Museu da República. A roda de conversa terá a participação dos artistas Nei Xakriabá e Ivanir Xakriabá, além de Célia Xakriabá, deputada federal, e de Ana Maria Rabelo Gomes, professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e fundadora da Formação Intercultural para Educadores Indígenas.
Serviço:
Inauguração: 23/05/2024, às 17h
Período: 23/05 a 28/07/2024
Local: Sala do Artista Popular - CNFCP/Iphan
Endereço: Rua do Catete, 179 - Catete, Rio de Janeiro
Visitação: Terça a sexta-feira, das 10h às 18h
Sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h
Um Dedo de Prosa - Cultura Xakriabá
Data: 24/05/2024, às 10h
Local: Auditório do Museu da República
Endereço: Rua do Catete 153 - Catete, Rio de Janeiro
Mais informações:
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Assessoria de Comunicação Iphan
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