Notícias
SALA DO ARTISTA POPULAR
CNFCP/Iphan inaugura exposição "Mulheres na Xilogravura", no RJ
Xilogravura “Ela Pode”, de Lucélia Borges (Foto: Divulgação/CNFCP)
Nesta sexta-feira (4/10), às 17h, o Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP), unidade especial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), inaugura a exposição coletiva "Mulheres na Xilogravura", na Sala do Artista Popular (SAP), no Rio de Janeiro. Realizada em parceria com a Associação dos Amigos do Museu de Folclore Edison Carneiro (Acamufec), a mostra destaca o tempo analógico da arte na madeira e o papel das mulheres na xilogravura, expressão artística que, ao longo do tempo, tem sido predominantemente associada a artistas masculinos.
A exposição reúne obras de quatro xilogravadoras do estado de São Paulo: Regina Drozina, Nireuda Longobardi, Lucélia Borges e Gabrielle Longobardi. Cada uma delas atribui à mostra uma perspectiva única, inspirada na rica tradição da xilogravura nordestina.
"Mulheres na Xilogravura" não só celebra o talento destas artistas, mas também propõe um debate sobre a visibilidade feminina na arte, questionando o machismo estrutural que ainda permeia o mundo das artes. Neste sentido, as artistas enfatizam a importância da solidariedade e do apoio mútuo na construção de um espaço mais inclusivo e representativo.
Xilogravura e a Literatura de Cordel
O fazer da xilogravura exige paciência e sensibilidade, uma vez que cada etapa é marcada por um tempo de espera e contemplação. Com origens longevas na China do século V e, no Brasil, pós-criação da Imprensa Régia em 1808, a xilogravura configura-se como uma prática cultural tradicional. No Brasil, seu nascimento esteve atrelado à Literatura de Cordel, ilustrando as capas de folhetos.
A forte associação entre as expressões foi considerada em 2018, quando a Literatura de Cordel foi registrada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. A xilogravura foi, então, reconhecida como bem associado, por fornecer identidade visual ao folheto. Hoje, está em uma multiplicidade de produções: livros, teses acadêmicas, revistas, jornais, camisetas, bolsas e tantas outras.
As imagens gravadas evocam imaginários de caráter histórico, social, literário, plástico e imagético, constituindo identidades e objetos de memória. O processo de fazer xilogravura é sempre analógico, tátil e coautoral, em diálogo com a madeira. Combina a materialidade tátil e a imaterialidade do tempo singular e, por isso, é associada por artistas a um processo de cura e autocuidado.
Oficina de xilogravura
No dia 4 de outubro, as artistas Regina Drozina, Nireuda Longobardi, Lucélia Borges estarão à frente de uma oficina de xilogravura, que será ministrada no Bistrô do Museu da República. A atividade será realizada das 14h às 17h.
As vagas estão esgotadas, mas é possível se inscrever na lista de espera, enviando o nome completo para o e-mail atendimento.cnfcp@iphan.gov.br.
Sobre as xilogravadoras
Regina Drozina - Com uma trajetória marcada por desafios e superações, Regina utiliza a Xilogravura como uma forma de expressão do feminino e da cultura popular, explorando temas como brincadeiras infantis e festas tradicionais.
Nireuda Longobardi - Nascida no Rio Grande do Norte, Nireuda combina suas raízes culturais com a técnica da xilogravura, criando ilustrações que dialogam com a literatura e a oralidade, além de abordar questões femininas em suas obras.
Lucélia Borges - Originária da Bahia, Lucélia traz a influência da oralidade e das histórias de sua infância, utilizando a xilogravura como uma forma de materializar narrativas que refletem a cultura popular brasileira e, também, como uma forma de cura.
Gabrielle Longobardi - Filha de Nireuda, Gabrielle une design gráfico e xilogravura, explorando novas estéticas e formatos, e trazendo uma nova geração de artistas para o cenário cultural.
Sobre o Programa Sala do Artista Popular
O Programa Sala do Artista Popular tem o objetivo de incentivar a produção de arte popular e artesanato brasileiros, envolvendo ações de pesquisa, documentação, difusão e fomento. Oferece, também, um espaço de exposições de curta duração, voltado à divulgação e comercialização das obras de artistas e comunidades artesãs. Mesmo depois de encerrada a exposição, os artistas podem continuar enviando suas obras para o espaço de comercialização.
Para cada mostra, é produzido um catálogo a partir de pesquisa etnográfica e documentação fotográfica realizada pela equipe do CNFCP. A partir da divulgação e do contato direto com o público, abrem-se oportunidades de expansão de mercado e de produção. Mulheres na Xilogravura é a 209ª exposição do Programa SAP.
Serviço:
Abertura da Exposição Mulheres na Xilogravura
Data: 4 de outubro de 2024
Horário: 17h
Local: Sala do Artista Popular, Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP/Iphan)
Endereço: Rua do Catete, 179 - Rio de Janeiro, RJ
Oficina de Xilogravura
Data: 4 de outubro de 2024
Horário: 14h às 17h
Local: Bistrô do Museu da República, Rua do Catete, 153 (atrás da gruta no jardim)
Vagas esgotadas
Inscrições para a fila de espera: atendimento.cnfcp@iphan.gov.br