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PATRIMÔNIO IMATERIAL
Círio de Nazaré e Modos de Fazer Queijo Minas e Renda Irlandesa são revalidados pelo Iphan
Reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural (Foto: Maria Eduarda Maranhão/Ascom Iphan).
O Círio de Nossa Senhora de Nazaré (PA), os Modos de fazer o Queijo Minas Artesanal (MG) e o Modo de Fazer Renda Irlandesa (SE) tiveram seus títulos de Patrimônio Cultural revalidados nesta quinta-feira (11). As decisões sobre os três bens foram aprovadas, por unanimidade, durante a 98ª Reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, órgão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo.
Para a Revalidação do Título de Patrimônio Cultural, o Iphan elaborou em parceria com comunidades detentoras, organizações diretamente envolvidas e pesquisadores, os pareceres de reavaliação, que trazem informações atualizadas dos bens. Os documentos fazem uma comparação entre o momento em que foram registrados e os anos posteriores, identificando transformações e continuidades, assim como aspectos culturalmente relevantes ou empecilhos à sua reprodução. Os pareceres também reúnem recomendações e encaminhamentos para o processo de salvaguarda do Círio de Nazaré, do Modo de Fazer Queijo Minas e do Modo de Fazer Renda Irlandesa.
Durante 30 dias, os pareceres de revalidação foram submetidos a consulta pública. As manifestações foram enviadas à Câmara Setorial do Patrimônio Imaterial. A Câmara, por sua vez, manifestou decisão favorável sobre a reavaliação dos bens. O processo, por fim, foi encaminhado ao Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, que decidiu pela Revalidação do Título de Patrimônio Cultural do Brasil dos três bens.A revalidação de um bem cultural registrado pelo Iphan acontece pelo menos a cada dez anos, de acordo com o Decreto nº 3.551/2000, que institui esse instrumento de proteção. Os processos de revalidação não têm o objetivo de destituir o título de Patrimônio Cultural do Brasil de um bem registrado pelo Iphan. Isso só acontecerá, em hipótese remota, se os próprios detentores assim desejarem. Durante a revalidação, as comunidades detentoras são convocados a participar de todas as etapas do processo e a elaborar o Parecer de Reavaliação.
Sobre os bens
O Círio de Nossa Senhora de Nazaré consiste em um conjunto de celebrações e eventos que ocorre em Belém (PA) durante o mês de outubro. A chamada quadra nazarena reúne devotos e turistas, tendo seu clímax no segundo domingo de outubro, quando é realizada a procissão do Círio. O período é marcado pela efervescência religiosa, cultural e afetiva, quando são realizadas outras romarias, como a Trasladação e o Círio Fluvial, e ainda festejos como o espetáculo de rua Auto do Círio, o cortejo do Arrastão do Pavulagem e a Festa da Chiquita – festividade realizada pela comunidade LGBTQIA+. Em 2013, o Círio foi reconhecido pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade .A Renda Irlandesa de Divina Pastora (SE) está inscrita no Livro de Registro dos Saberes desde 2009. É uma renda feita com agulha e com suporte em lacê – cordão brilhoso que fica preso a um desenho, deixando espaços vazios que serão preenchidos pelos pontos. Este saber tradicional tem origem no século XVII, na Europa, e recebeu novas interpretações pelas mãos das rendeiras de Divina Pastora, desde o período colonial até os dias de hoje.
Embora seja produzida em outros locais de Sergipe, a Renda Irlandesa possui maior representação na cidade de Divina Pastora. O saber-fazer está presente na região desde o século XX e possui grande importância socioeconômica, especialmente para as mulheres. Atualmente, há mais de uma centena de rendeiras que se dedicam a esse bem cultural. Além de meio de vida para muitas detentoras, a Renda Irlandesa também é um importante símbolo da identidade e cultura sergipana.
Nas regiões do Serro, da Serra da Canastra e do Salitre (MG), foi registrado, em 2008, o Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas, que abarca um conjunto de conhecimentos para a produção de queijo de leite cru. A manipulação do leite, dos coalhos e das massas, a prensagem e a cura são partes dos saberes que conferem especificidade aos queijos produzidos. Mais que a reunião de saberes e técnicas, o modo de fazer queijo e o seu produto se integram à vida cotidiana, à sociabilidade alimentar e constitui um marcador da identidade cultural dessas regiões.
Crédito das Fotos: 1) Raul Alves; 2) Acervo Iphan; 3) Cristina Leme.
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