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PATRIMÔNIO EDIFICADO
Casa Pacheco Leão, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, é entregue restaurada
Foto: SECOM/Jardim Botânico do Rio de Janeiro
Após oito anos fechada, a Casa Pacheco Leão, uma das joias do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RJ), foi restaurada e reaberta ao público na última quinta-feira (21/11). Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como parte do conjunto arquitetônico e paisagístico do Jardim Botânico, o imóvel passou por uma intervenção detalhada, acompanhada em todas as suas etapas pela equipe técnica da autarquia. Desde os pareceres iniciais, reuniões de planejamento e vistorias, o Instituto esteve presente, assegurando que os trabalhos atendessem às diretrizes de preservação do patrimônio.
Com um investimento de R$ 2,7 milhões, financiados por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) e patrocinados por empresas privadas, o projeto reafirmou o compromisso com a preservação do patrimônio histórico. “Esta casa foi um ponto de encontro para grandes cientistas. É fascinante ver esse lugar, que preserva tantos detalhes originais, reaberto ao público. Agora, todos poderão explorar o universo de Pacheco Leão, um homem que dedicou sua vida ao estudo e à preservação da flora nacional”, avaliou a superintendente do Iphan no Rio de Janeiro, Patrícia Wanzeller.
A casa, construída em estilo eclético e marcada por seu valor histórico e arquitetônico, foi submetida a seis meses de obras, que contemplaram manutenção estrutural, recuperação de elementos decorativos e ajustes voltados à acessibilidade. Entre as principais intervenções, destacaram-se a identificação e restauração das cores originais, tanto externas quanto internas, através de prospecções estratigráficas - técnica que consiste na remoção manual das camadas de tinta para encontrar a pintura original - que revelaram detalhes como pinturas artísticas em técnica de estêncil. Localizadas no rodapé e no rodateto dos salões do primeiro e segundo andares, as pinturas haviam sido identificadas na restauração realizada em 2012, mas nunca trabalhadas com a profundidade atual.
“Artisticamente, essas obras podem ser vistas como uma forma de democratização da arte, permitindo que expressões criativas sejam acessíveis a um público mais amplo. Elas também contribuem para a valorização do patrimônio cultural, ao integrar técnicas e estilos que dialogam com a história da arte no Brasil”, analisa a restauradora do Iphan no Rio de Janeiro, Cláudia Nunes.
Para a recuperação dessas pinturas, foram removidas manualmente, com bisturis, camadas de tinta que as encobriam. As áreas perdidas foram reintegradas com técnicas de pontilhismo e máscaras de acetato, replicando os padrões originais com o uso de pigmentos naturais e verniz protetor. Este trabalho trouxe de volta a riqueza decorativa que marcou o imóvel em sua época de uso como residência e centro de convivência científica. Além disso, elementos como pisos, esquadrias e a escada original foram restaurados, mantendo-se fiéis à autenticidade da casa.
Segundo a arquiteta do Iphan no Rio de Janeiro Isabelle Cury, as soluções de acessibilidade, que incluem a instalação de um elevador e de banheiros adaptados, foram cuidadosamente pensadas. “Para a escolha do local, realizamos uma pesquisa iconográfica e escolhemos as áreas menos visíveis ao visitante, preservando a estética e o contexto histórico do imóvel”, concluiu.
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Assessoria de Comunicação Iphan
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