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SALVAGUARDA
Capoeira no DF: livro exalta conhecimento de mestres na capital do Brasil
Eternizar as vozes dos mestres e difundir a filosofia de vida da Capoeira. Esse é o objetivo do livro Saberes dos Mestres na Capital, que será lançado nesta sexta-feira (21), às 18h, na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Brasília (DF). O evento de lançamento do livro Saberes dos Mestres na Capital contará com transmissão ao vivo no canal do Iphan no Youtube.
Produzido com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) do Distrito Federal, o livro reúne entrevistas, fotografias e transcrições de músicas de capoeiristas da primeira geração da capital federal, por meio de depoimentos dos mestres Adilson, Angoleiro, Barto, Danadinho, Paulão, Polêmico, Pombo de Ouro, Ruy, Tabosa e Zulu, precursores da prática no DF.
A ideia da publicação surgiu dentro de uma roda de capoeira em Brasília, conhecida como Roda da Igrejinha. Criada pelos capoeiristas, professores e pesquisadores Daniel Mioju e Tiago Baldez, a roda reúne mensalmente mestres, contramestres e praticantes para conversar, “vadiar” e trocar experiências sobre o universo da capoeira.
A produção da roda recebe apoio do Iphan desde 2017 e integra o rol de ações para promoção da capoeira como bem cultural imaterial brasileiro. “Em 2016, tivemos a ideia de convidar os mestres para a roda e captar os depoimentos para o livro. O Iphan entrou como apoio institucional, visto que esta é uma medida de salvaguarda”, explica Daniel Mioju.
“É um levantamento de dez mestres que contribuíram para a formação da Capoeira no DF. Eles se apresentam a partir das transcrições das autobiografias que eles escreveram”, Daniel Mioju, capoeirista, pesquisador e radialista.
Para a ministra da Cultura, Margareth Menezes, a publicação serve como uma ponte para o passado, uma compreensão do presente e uma inspiração para o futuro. “Ao folhear estas páginas, é possível sentir o ritmo dos berimbaus, ouvir as palmas e os cantos que acompanham a roda e se conectar com as gerações de capoeiristas que vieram antes de nós”, disse.
Roda de Capoeira e Ofício dos Mestres de Capoeira
Respectivamente inscritos nos Livros de Registro das Formas de Expressão e dos Saberes, a Roda de Capoeira e o Ofício dos Mestres de Capoeira são bens culturais que abrangem todo o território nacional e chegam a extrapolar fronteiras. A Capoeira é uma manifestação cultural presente em mais de 150 países, com variações regionais e locais criadas a partir de suas “modalidades” mais conhecidas: as chamadas “capoeira angola” e “capoeira regional”.
A Roda de Capoeira é um espaço profundamente ritualizado, congrega cânticos e gestos que expressam uma visão de mundo, uma hierarquia e um código de ética que revelam companheirismo e solidariedade. É composta pelo mestre, contramestre e seus discípulos (alunos). Homens ou mulheres podem ocupar qualquer uma das funções, desde que tenham passado pelos rituais específicos.
Além disso, os dois bens culturais – Roda de Capoeira e Ofício dos Mestres – expressam a história da resistência negra no Brasil, durante e após a escravidão. Seus reconhecimentos como patrimônio demarcam a conscientização sobre o valor da herança cultural africana que, no passado, foi reprimida e discriminada.
A partir do reconhecimento das práticas e saberes relacionados à Capoeira como Patrimônio Cultural do Brasil, em 2008, foram elaboradas estratégias para promover sua salvaguarda, inicialmente em nível federal e, posteriormente, de forma descentralizada. Em 2014, a Roda de Capoeira ganhou reconhecimento internacional como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
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