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PROGRAMA CONVIVER
Canteiro-modelo de conservação transforma moradias e vidas em Igatu (BA)
Foto: Diego Fontoura / Equipe Canteiro-Modelo de Conservação de Igatu/FAUFBA
O Programa Conviver: Canteiros-Modelo de Conservação segue impactando positivamente a comunidade do distrito de Igatu, em Andaraí (BA), no Parque Nacional da Chapada Diamantina. Na última quarta-feira (27/11), uma equipe do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (UFBA) entregou três novos projetos arquitetônicos a moradores do lugar, para intervenções de conservação em seus imóveis, que fazem parte do Patrimônio Brasileiro desde 2000, quando o distrito foi tombado.
O passo seguinte será a execução das obras previstas nos projetos, por meio de oficinas promovidas por professores e alunos da UFBA aos moradores e outros habitantes do distrito que compõem a mão de obra local.
Implementado em cidades históricas do País, o Programa Conviver oferece assistência técnica pública e gratuita para o desenvolvimento de obras de conservação em imóveis tombados, ou que integrem conjuntos urbanos tombados, habitados por famílias de baixa renda. Sempre articulado com universidades e institutos federais, o programa parte de levantamentos da realidade de cada comunidade para desenvolver os projetos e oficinas para a melhoria das residências contempladas. Um processo que garante cidadania e dignidade à população, estimula uma atuação socialmente mais responsável dos estudantes e fortalece as cadeias produtivas locais, tudo por meio da preservação do patrimônio. Atualmente, já existem canteiros-modelo implementados no Distrito Federal e em sete estados brasileiros: Acre, Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Tocantins.
O patrimônio de Igatu
Famosa por suas belezas naturais, Igatu é considerada um museu vivo da história da mineração de diamante no Brasil, com muitas estruturas em pedras e ruínas da época do garimpo, desde o século XIX. Por sua importância, o lugar foi um dos primeiros pontos escolhidos pelo Iphan para a implementação do Programa Conviver.
Dona Sebastiana Leite, aposentada de 58 anos, é uma das habitantes de Igatu, a primeira que teve sua casa contemplada com obras de restauração no âmbito do programa Conviver. Ela relata alguns dos problemas que enfrentava em sua residência, atendida em caráter emergencial, ainda em julho, pela equipe do canteiro-modelo: "Tinha questões na cobertura, e as goteiras constantes eram um dos maiores problemas, causando desconforto e comprometendo a estrutura da casa, dos móveis e eletrodomésticos”, lembrou a moradora.
A chefe do escritório técnico do Iphan em Lençóis (BA), Layse Souza Costa, comentou as intervenções feitas na casa da Dona Sebastiana, explicando como as obras conciliaram o auxílio direto à moradora com a preservação de um bem cultural do País, para as gerações futuras. “A reforma foi completa, substituindo a cobertura [feita de forma improvisada com madeira e telhas de amianto] por uma estrutura nova de madeira e telhas cerâmicas. As paredes receberam tratamento especial com pintura de barro, uma técnica escolhida após a constatação de que a parte superior da alvenaria era de adobe, um material que necessita ‘respirar’”, explicou.
Ainda de acordo com Layse, novas aberturas, como janelas, foram incorporadas ao imóvel para ampliar a entrada de luz natural e melhorar a ventilação, elevando a salubridade dos ambientes. Na sala, o reboco foi removido, revelando as pedras originais e adicionando um toque rústico à decoração. O pé direito também foi elevado, proporcionando maior amplitude e conforto térmico.
Dona Sebastiana Leite expressa a satisfação com o resultado e aponta uma melhoria significativa: "Estou me sentindo bem, minha vida melhorou bastante. A intervenção na calha solucionou o problema das goteiras. Posso dormir tranquila em dias de chuva”.
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