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Biblioteca Antônio Torres celebra 70 anos de história e preservação cultural
Interior da Biblioteca Antônio Torres em Diamantina (MG)
No dia 12 de abril de 2024, a Biblioteca Antônio Torres, localizada em Diamantina (MG), completa sete décadas de existência, um marco que reafirma seu papel vital na preservação da história da região. Em comemoração, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) realiza programação especial aberta ao público, a partir das 9h, no prédio da biblioteca.
O evento inclui palestras que abordarão temas que vão desde o ensino de história na região até a importância da fotografia local no período de 1900 a 1940. Além disso, será inaugurada uma exposição que destaca as personalidades que deixaram sua marca na história de Diamantina.Fundada em 1954 com a missão de resguardar o rico patrimônio cultural de Diamantina e arredores, tanto o acervo quanto o edifício tombado que a abriga são responsabilidade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O prédio que abriga a Biblioteca Antônio Torres é um verdadeiro tesouro arquitetônico, remanescente do período colonial mineiro.
Construído na segunda metade do século XVIII, sua estrutura em madeira com paredes em pau-a-pique e sua fachada marcante com três sacadas em madeira torneada, incluindo o tradicional Muxarabi ou Muxarabiê – sacada toda fechada em Treliça de Madeira –, transportam os visitantes para o passado glorioso de Diamantina. “A Biblioteca Antônio Torres é uma joia arquitetônica, que guarda atrás de seu muxarabiê outra joia, representada pelo seu acervo histórico de documentos raros", destaca o chefe do Escritório Técnico do Iphan em Diamantina, Junno Matta.
Antônio Torres
O nome da biblioteca presta homenagem a Antônio dos Santos Torres, uma figura emblemática da cidade, conhecido por suas convicções firmes e suas contribuições como jornalista e escritor. O legado de Torres vai além do nome: seu acervo pessoal, composto por livros e documentos, enriquece ainda mais o repertório da biblioteca.
Seu valioso acervo é composto por jornais (séc. XIX e XX), partituras e mapas, obras raras, acervo cartorial contendo testamentos, inventários e cartas de alforria (séc XVIII, XIX e XX) além de diversas publicações acadêmicas, literatura, livros sobre a história de Diamantina e o acervo pessoal de personagens ilustres como o próprio Antônio Torres.Antônio da Silva Torres, escritor e jornalista, nascido em Diamantina, em 31 de outubro de 1885, iniciou sua carreira como professor no Seminário em 1902. Destacou-se como colaborador de diversos jornais da região, como A Estrela Polar, Pão de Santo Antônio, Voz de Diamantina, A Idéia Nova e A Diamantina.
Em 1910, mudou-se para o Rio de Janeiro e depois para Botucatu, em São Paulo, abandonando o sacerdócio dois anos mais tarde para seguir no jornalismo. Ganhou notoriedade nas rodas literárias a partir de 1915, lançando seu segundo livro, Carmen Tropicale, no mesmo ano. Participou da Escola Tatá, junto com Miguel Ozório e Gastão Cruls, que defendia a liberdade de expressão nas artes.
Em 1918, ingressou no Itamaraty, assumindo suas funções no Consulado Geral de Londres em 1920. Durante esse período, publicou Verdades Indiscretas e co-escreveu a comédia Viagem ao redor das mulheres com Bastos Tigre. Retornou ao Brasil em 1923, mas voltou a Londres em 1926, sendo transferido para Hamburgo, na Alemanha, onde faleceu em 17 de julho de 1934.
Serviço:
Data: 12 de abril de 2024
Local: Biblioteca Antônio Torres, Diamantina, MG
Programação:
9h - Abertura
10h - "O ensino de História na Escola Normal de Diamantina, MG (1879- 1906) Palestrante: Professora Ana Lage
10H20 - " Cidades de vidro: a fotografia de Chichico Alkimin e o registro da tradição e da mudança em Diamantina. 1900 a 1940.
Palestrante: Dayse Lucide Silva Santos
10H40 - Abertura da Exposição "Grandes personagens que marcaram a história de Diamantina"
11h - Coffee Break e encerramento.