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Prêmio Rodrigo 2022
Artesã Guató compartilha sabedoria ancestral em Corumbá (MS)
O projeto Sabedorias Compartilhadas promove oficinas e encontros que valorizam o artesanato de fibras de aguapé. (Fotos: Acervo do projeto)
Navegando a canoa de seus ancestrais pelas águas de Corumbá (MS), Catarina Ramos da Silva, conhecida como Catarina Guató, mantém viva a cultura de seu povo através do projeto Sabedorias Compartilhadas. A iniciativa foi a vencedora da categoria Pessoas Físicas do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade de 2022, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O projeto Sabedorias Compartilhadas tem como objetivo transmitir o conhecimento e a identidade dos antepassados guató. A iniciativa educativa é fruto de anos de trabalho de salvaguarda de um patrimônio que, segundo Catarina, poderia ter sido extinto, assim como sua língua. Remando na canoa dos guató, Catarina compartilha as sabedorias ancestrais em oficinas e encontros que valorizam o artesanato de fibras de aguapé.
Segundo Catarina, o artesanato de aguapé, com seus traçados, é como as veias do Pantanal, contendo a memória de seu povo. Para ela, preservar essa identidade cultural não é apenas uma questão de manter a cultura viva, mas de vivê-la. Além das oficinas e encontros que realiza, Catarina Guató fundou a Associação Renascer, que ajuda mulheres da Comunidade da Barra do São Lourenço a deixarem de viver do turismo da pesca predatória para viver da confecção de artesanato de aguapé. “Por onde levo o conhecimento de meus ancestrais guató, levo um pouco da nossa identidade”, afirma a artesã.
Apesar das muitas dificuldades que enfrentou em sua trajetória, Catarina encontrou na arte do aguapé uma forma de resistência e uma fonte de subsistência para sua comunidade. Ela acredita que o artesanato guató deve pertencer à identidade e memória das sociedades brasileiras. Para tanto, pretende aproveitar o reconhecimento da premiação para realizar o sonho de criar o Instituto Catarina Guató, para continuar compartilhando a sabedoria de seus ancestrais.
Para Catarina, receber o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade é um reconhecimento de sua trajetória e de sua luta para preservar a cultura de seu povo. Ela espera que seu trabalho possa inspirar outras pessoas a valorizar suas raízes e a preservar a rica diversidade cultural do Brasil. “A premiação é um reconhecimento da valorização da nossa trajetória de vida, da vida de mulher, artesã, canoeira, ribeirinha e indígena guató. Nossas sabedorias são ancestrais, são originárias do Brasil, e todas devem ser reconhecidas e preservadas como Patrimônio Cultural o Brasil”, completa Catarina.
Realizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Prêmio Rodrigo tem como objetivo valorizar e promover ações que atuam na preservação dos bens culturais do Brasil. Em 2022, teve como tema a Sustentabilidade Socioeconômica do Patrimônio Cultural e foram escolhidos 10 projetos vencedores.
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