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Por dentro da obra
Obras na antiga capital alagoana incrementam o potencial turístico da região
O templo integra o conjunto arquitetônico e urbanístico de Marechal Deodoro, tombado pelo Iphan em 2009. Crédito: Daniela Reis/Iphan
Recortado por paisagens naturais deslumbrantes, o estado do Alagoas (AL) oferece uma série de atrativos além das praias que encantam turistas. Sítios arqueológicos que registram as primeiras ocupações humanas no território e cidades históricas que contam a história do país compõem o vasto panorama do Patrimônio Cultural na região.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada ao Ministério do Turismo e à Secretaria Especial da Cultura, vem atuando de forma constante para preservar o Patrimônio local. Um exemplo são as obras em curso na Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, no município de Marechal Deodoro.
Com recursos de R$ 1,8 milhão, a intervenção na Igreja Matriz está sendo executada pelo Iphan. Já o projeto de restauro é uma iniciativa da Prefeitura do município. A obra contempla ações para a correção de problemas estruturais da cobertura, do piso e dos banheiros, com implantação de recursos de acessibilidade.
Também são restaurados elementos artísticos integrados à arquitetura, como altares e detalhes em madeira do púlpito. A intervenção inclui ainda serviços de instalações elétricas, hidráulica, telefônica e lógica.
O templo integra o conjunto arquitetônico e urbanístico de Marechal Deodoro, tombado pelo Iphan em 2009. O local foi inscrito em dois Livros do Tombo: o Histórico e o Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico.Além das obras na Igreja da Matriz, nos últimos anos o Instituto requalificou todos os largos e adros da área tombada do município, além de implantar o Mercado das Rendeiras, preparar o Museu de Arte Sacra e investir para que, como um museu a céu aberto, a cidade tenha todos seus monumentos religiosos restaurados.
“A cidade está a 15 minutos da Praia do Francês, a mais visitada do estado, por isso apresenta enorme potencial turístico”, explica o superintendente substituto do Iphan no Alagoas, Sandro Gama. “A ação e os investimentos do Iphan em Marechal Deodoro estabelecem as bases para um desenvolvimento territorial a partir do turismo”, complementa Gama.
Marechal Deodoro sediou a primeira capital de Alagoas, além de ser a cidade natal do proclamador da República, o Marechal Deodoro da Fonseca, que inspirou o nome da localidade. O município apresenta dois importantes registros para a história do urbanismo no Brasil: a praça de origem da vila, com a forma original do período de 1611 a 1636, e os remanescentes de ajustamento topográfico da arquitetura às variações de níveis dos leitos das ruas.
Investimentos no Patrimônio Cultural
A obra é mais uma entre uma série de intervenções recentes promovidas em Alagoas. A restauração da Casa de Jorge de Lima, no município de União dos Palmares, a consolidação das ruínas da Igreja de São Bento, em Maragogi, e as adaptações para transformar em biblioteca a Igreja de Nossa Senhora do Amparo, em Marechal Deodoro, compõem o rol de intervenções que conta com recursos do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD), do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
O Fundo reúne recursos provenientes de condenações judiciais, multas e indenizações para a reparação de danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
Outras obras no estado vêm sendo realizadas com investimentos do Iphan, como a requalificação urbanística do Largo de São Gonçalo, em Penedo, e a restauração da Igreja de Nosso Senhor Bom Jesus dos Martírios, em Maceió.
Em Marechal Deodoro, as intervenções também se multiplicam. Foram requalificados os largos da Igreja Matriz, do Carmo e do Bonfim, e está em curso a restauração da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, assim como o embutimento de fiação aérea no Largo da Matriz e as obras na Igreja do Bonfim.
Ao todo, essas intervenções somam mais de R$ 17 milhões em recursos aplicados. “Os investimentos não apenas contribuem para preservar o Patrimônio Cultural do estado, como criam empregos e geram renda para a população alagoana”, destaca a presidente do Iphan Larissa Peixoto.