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SEGMENTO I: ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA (EXCETO MUNICÍPIOS)
Prêmio Rodrigo: Estudando o baião
Educadores musicais recebem os visitantes, que são convidados a tocar os instrumentos na Sala Imbalança (Foto: Divulgação).
Da pressa e do calor humano da Feira de Caruaru à terna resistência do mandacaru quando fulora, a música tradicional nordestina reflete a região em toda a sua diversidade, beleza e dureza. Embala na alegria, consola na tristeza e dá força na adversidade. Foi com o objetivo de preservar os ritmos tradicionais – e a memória do rei do baião, Luís Gonzaga – que nasceu a Sala Imbalança, no Museu Cais do Sertão.
O projeto tem uma proposta simples : experimentar. Educadores musicais recebem grupos de visitantes, que são convidados a tocar os instrumentos que compõem gêneros como o forró, o xote e o baião. Os visitantes também têm contato com materiais sobre a vida de Luiz Gonzaga e sobre as práticas e saberes dos sertanejos.
"Uma equipe multidisciplinar se esmerou na criação de um programa que proporcionasse ao grande público uma experiência única, de caráter intelectual e afetivo. O objetivo é levar os visitantes a 'colocar a mão na massa' e 'fazer um som' em uma experiência acústica com os instrumentos que fazem o baião atemporal", conta Clarice Andrade, coordenadora de conteúdo do Centro Cultural Cais do Sertão.
Você (não) tem que viver no sertão
A Sala Imbalança é parte do circuito do Museu Cais do Sertão. O espaço foi inaugurado em 2014, com o objetivo de promover tanto a cultura sertaneja quanto celebrar a vida de Luiz Gonzaga, que entrou para história como rei do baião. Desde a abertura, mais de meio milhão de pessoas visitaram esse pedaço do sertão em pleno litoral, sendo 86 mil apenas em 2019.
O percurso, que combina itens tradicionais e tecnologia, mostra que você não tem que viver no sertão para conhecer o sertanejo: basta uma parada em Recife (PE), onde a mostra está localizada. Além da exposição aberta ao público, o local é um espaço de pesquisa, estudo e difusão sobre a cultura pernambucana. Para isso, realiza apresentações musicais, permitindo a consulta, por meio da coleção da obra completa de Luiz Gonzaga.
Escutar meu baião Imbalança, imbalança, imbalançá
A trajetória da Sala Imbalança se confunde com a do próprio museu. O espaço foi projetado para oferecer atividades educativas, que aproximem as pessoas da cultura. Entre zabumbas, triângulos e abês, é isso que a Imbalança faz: ao incentivar a experimentação, os visitantes fazem música com as próprias mãos. É pra escutar o baião imbalança, imbalança, imbalançá.
Nos 30 minutos de duração da experiência, os visitantes são convidados não a meramente contemplar a cultura, mas vivê-la. São encorajados a descobrir como sacar os graves e os agudos dos instrumentos; como combinar os seus timbres; e até como cantar no ritmo do baião.
Para Clarice, o aspecto prático da experiência é fundamental. "Como um processo de construção de memórias embasado na criação do ritmo baião, a atividade central do Imbalança – experimentação e manuseio de instrumentos que compõem a execução dos principais ritmos nordestinos – contribui determinantemente para a preservação deste ambiente simbólico, melódico e histórico", explica. A experiência imersiva começa já no trajeto em direção à sala. Recomenda-se que o visitante percorra antes os territórios Viver, Ocupar, Trabalhar, Cantar, Criar, Crer e Migrar, adentrando no universo sertanejo através da obra gonzagueana exposta em filmes, dados e informações geográficas e musicais, objetos, indumentárias, instrumentos, cenografia, artesanato, arte e até uma representação do rio São Francisco, o querido Velho Chico dos sertanejos.
"A Sala Imbalança tem, através do prêmio, reconhecido o seu papel de guardiã dos ritmos e música do nordeste, aproximando-os do público e fazendo-os vivos no dia a dia das pessoas."
Clarice Andrade, coordenadora de conteúdo do Centro Cultural Cais do Sertão
Futuro
A interatividade, elemento essencial da Sala Imbalança, teve que ser repensada diante da pandemia de Covid-19. Por essa razão, a equipe responsável está engajada na elaboração de alternativas que permitam a continuidade segura da atividade. Já há quatro videoaulas em fase de finalização. Elas permitirão que o público experimente ritmos de todas as regiões de Pernambuco.
Com a palavra, os educadores da Sala Imbalança:
*Fotos: Chico Andrade
Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade
A ação “Atividade Permanente da Sala Imbalança - Centro Cultural Cais do Sertão” foi vencedora do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade 2021, na categoria “Patrimônio Imaterial”, segmento “Administração direta e indireta (exceto municípios)”. Realizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Prêmio Rodrigo tem como objetivo valorizar e promover ações que atuam na preservação dos bens culturais do Brasil. Este ano, foram escolhidos 12 projetos vencedores. Cada iniciativa recebe uma premiação de R$ 20 mil.
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