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Saúde financeira no ambiente de trabalho
A saúde no ambiente de trabalho é crucial para ajudar trabalhadores a lidar com o estresse financeiro e construir resiliência financeira. Um programa de educação e aconselhamento financeiro foi realizado conjuntamente pela Edelman Financial Engines (EFE) e o GFLEC (George Washington University’s Global Financial Literacy Excellence Center) com o propósito de investigar o bem-estar financeiro de funcionários de uma empresa dentre as 25 maiores dos EUA, segundo um ranking chamado Fortune 25.
O programa consistiu em um desafio de 6 semanas e aconteceu de abril à metade de junho de 2022. O relatório final demonstrou que oferecer iniciativas de bem-estar financeiro no ambiente de trabalho podem ajudar na retenção de funcionários e na satisfação de forma geral.
Uma pesquisa realizada antes do início da implementação do programa, com o objetivo de levantar dados passíveis de comparação para avaliação de impacto encontrou as seguintes informações:
- Os níveis de letramento e bem-estar financeiro dos funcionários são maiores que os da população adulta americana;
- Os funcionários mais vulneráveis financeiramente dentre a amostra da empresa são pessoas de meia idade (35-54) e não-brancos. As funcionárias mulheres têm menos conhecimento de tópicos financeiros;
- 40% dos funcionários se sentem ansiosos e preocupados com questões financeiras, apesar do alto nível de letramento financeiro.
O questionário prévio incluía questões socioeconômicas, sobre comportamento, bem-estar e conhecimento financeiro, motivação e satisfação com o trabalho. Com a implementação do programa, os funcionários podiam escolher entre webinars, reuniões com conselheiros ou material educacional escrito e o desafio requeria um mínimo de 6 interações com os conteúdos educativos.
Os pesquisadores defendem que o ambiente de trabalho é um bom lugar para oferecer educação continuada, uma vez que empregadores estão em uma posição única de conscientização a respeito de eventos de vida e comportamento de funcionários que podem estar associados com dificuldades financeiras (como por exemplo, pedidos de adiantamento, casamento, nascimento de filhos, etc).
A partir dos resultados do questionário, a equipe construiu um score para avaliar a saúde financeira, considerando 5 comportamentos/circunstâncias financeiras:
- Habilidade de gerenciar débito
- Habilidade de fazer face às despesas
- Nível de fragilidade financeira
- Posse de fundo de emergências
- Planejamento para a aposentadoria
Dentre os resultados, foi visto que os respondentes eram compostos em sua maioria por homens (67%), brancos (69%), com pelo menos nível universitário (89%) e com renda anual de US$100.000 ou mais. As idades se concentram em duas faixas: 30 e 55 anos. Essas características normalmente são associadas com níveis mais altos de letramento financeiro, o que pode afetar o comportamento.
A média de pontuação no score mostrou que os participantes do desafio exibem 2 de 5 sintomas de má saúde financeira. Entre os aspectos comportamentais, foi visto que a falta de confiança pode levar os empregados a perderem oportunidades financeiras. Preocupações com poupança ou com não ter dinheiro o suficiente durante a aposentadoria podem levar à ansiedade financeira e redução de forma geral do bem-estar financeiro.
Empregados mais letrados financeiramente são mais propensos a estabelecer um fundo de emergências, gerenciar bem os débitos fazer face às despesas (85% afirmaram conseguir fazê-lo) e planejar a aposentadoria. Além disso, as mulheres foram mais propensas a planejar para a aposentadora que seus colegas homens.
Quase 40% do total declarou que se sentem ansiosos ao pensar nas finanças; 11% passam mais de 8 horas por semana lidando com problemas financeiros (o equivalente a uma jornada de trabalho). Mulheres passam uma hora a menos que os homens se preocupando com esses problemas, no entanto, são mais propensas a ter ansiedade financeira.
Ainda sobre diferentes grupos demográficos, os mais preocupados com a aposentadoria são aqueles próximos em idade a se aposentar, e o estudo mostrou que mulheres negras estão entre o grupo mais vulnerável financeiramente.
A iniciativa serviu para corroborar que a promoção de programas de bem-estar financeiro no trabalho pode ser efetiva em alcançar grupos mais vulneráveis financeiramente, como jovens, mulheres e demais grupos minoritários, elevando seu conhecimento financeiro. Os pesquisadores argumentam que a educação continuada é uma forma de manter os empregados engajados, o que pode aumentar sua produtividade e aumentar sua satisfação no trabalho.
Fonte:
Hasler, A., Lusardi, A., Orellana, N., Sconti, A. Are your employees in good financial shape? Evidence from a Fortune 25 company. Global Financial Literacy Excellence Center (GFLEC), The George Washington University School of Business. July 2022.