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Estratégias de Gestão Financeira para Casais: Promovendo uma Parceria Financeira Saudável
No contexto de um relacionamento, as questões financeiras desempenham um papel significativo na estabilidade e na felicidade do casal. É essencial que ambas as partes adquiram habilidades para lidar com tais questões de forma eficaz e aberta, visando estabelecer uma relação sólida. Neste artigo, discutiremos a importância de abordar com eficiência e transparência essas questões, a fim de construir uma base sólida para o relacionamento.
O objetivo é compreender como os casais percebem e lidam com os conflitos conjugais, analisando as estratégias de resolução utilizadas por cada gênero. Essas diferenças podem ser atribuídas a fatores sociais, culturais e psicológicos, moldando a forma como homens e mulheres abordam os conflitos em seus relacionamentos.
É essencial que ambos os parceiros assumam conjuntamente a responsabilidade de cuidar do lar, arcar com as despesas e planejar para o futuro, especialmente quando há filhos envolvidos e surgem outros compromissos e gastos. Abordar o tema das finanças em uma conversa franca é o primeiro passo para construir uma parceria financeira sólida.
O artigo Marital Conflict Management of Married Men and Women das autoras Marina Zanella Delatorre e Adriana Wagner, realizou entrevistas a fim de explorar as experiências de casais em relação aos conflitos em seus relacionamentos. Os resultados revelaram diferenças na forma como homens e mulheres abordaram e gerenciaram esses conflitos.
O estudo revela que as mulheres tendem a adotar uma abordagem direta e assertiva, expressando abertamente suas emoções e preocupações, buscando comunicação franca e solução conjunta. Por outro lado, os homens tendem a adotar estratégias mais evasivas e evitar confrontos diretos. Eles podem se engajar em comportamentos de retirada, evitando discussões ou reprimindo suas emoções. Os homens também podem ser mais tolerantes a buscar distrações externas, como se envolver em hobbies ou atividades solitárias, como uma forma de lidar com os conflitos. As expectativas de gênero, as normas sociais e as experiências individuais moldam a maneira como homens e mulheres abordam os conflitos em seus relacionamentos.
Compreender essas diferenças de gênero na gestão de conflitos conjugais é importante para melhorar a comunicação e a satisfação do casal. Portanto, é fundamental que ambos reconheçam e valorizem essas distinções, buscando estratégias de resolução de conflitos que levem em consideração as particularidades de cada um.
Abordar o tema das finanças em uma conversa pode parecer um conselho banal, mas é justamente o primeiro passo e surpreendentemente, muitos casais sequer o fazem. De acordo com uma pesquisa realizada em 2019 pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e o Banco Central, 66% dos casais afirmaram não discutir sobre dinheiro e apenas 21% mencionaram abordar o assunto quando a situação financeira não está favorável. (https://site.cndl.org.br/cresce-o-numero-de-brasileiros-que-conversam-sobre-o-orcamento-familiar-em-casa-aponta-pesquisa-cndlspc-brasil-e-banco-central/)
Ter conhecimento sobre a renda conjunta do casal e estabelecer um orçamento são ações fundamentais. É essencial compreender o montante de recursos disponíveis mensalmente para determinar o limite máximo de gastos que uma família pode ter, evitando o endividamento. Transparência é a chave nesse processo. Somente ao conhecer a receita e as despesas compartilhadas, o casal será capaz de planejar o futuro e considerar opções como investimentos ou poupança para a aposentadoria.
É extremamente desconfortável enfrentar situações em que não há uma quantia guardada para lidar com emergências repentinas. Por isso, a importância em estabelecer uma reserva de emergência, pois contratempos como problemas de saúde, demissões inesperadas ou até mesmo a necessidade de reparar um eletrodoméstico no meio do mês se tornam menos angustiantes quando o casal possui recursos financeiros guardados. É fundamental exercitar a disciplina ao economizar dinheiro, seja reservando uma pequena quantia mensal ou dedicando uma parte do décimo terceiro salário para esse propósito.
Chegar a um acordo sobre a divisão das despesas também é outro ponto fundamental, e não há uma abordagem única e infalível para isso. Se ambos trabalham e têm rendimentos semelhantes, especialistas sugerem uma abordagem simples: dividir as contas igualmente. E se os salários forem muito diferentes, com um parceiro ganhando consideravelmente mais do que o outro? Nesse caso, uma divisão proporcional das despesas parece ser a opção mais justa. Aquele que ganha mais contribui com uma parcela maior.
No entanto, é importante ressaltar que essas são apenas algumas possibilidades. O mais importante é que o casal converse e juntos definam o modelo que considerarem mais adequado para eles.
Além disso, é fundamental estar aberto a ajustes ao longo do tempo. As circunstâncias financeiras podem mudar, as prioridades podem se alterar e os objetivos podem evoluir. Revisar periodicamente as estratégias de gestão financeira, fazer ajustes quando necessário e continuar a comunicação de forma honesta e aberta são elementos essenciais para manter uma parceria financeira saudável ao longo do tempo.
Em última análise, o objetivo de uma gestão financeira saudável em um relacionamento não é apenas sobre acumular riqueza material, mas sim sobre promover uma parceria forte e equilibrada, onde ambos os parceiros se sintam valorizados, ouvidos e apoiados. Ao adotar uma abordagem colaborativa, construir hábitos financeiros saudáveis e estar comprometido com o crescimento mútuo, é possível alcançar a estabilidade financeira e a felicidade duradoura no relacionamento.
Lembre-se de que cada casal é único e o que funciona para um pode não funcionar para outro. É importante adaptar as estratégias e encontrar o que melhor se adequa à dinâmica e aos valores individuais de cada relacionamento. Com paciência, respeito e comprometimento, é possível construir uma parceria financeira saudável que contribua para um relacionamento feliz e próspero.
Referências:
- DELATORRE, Marina Zanella; WAGNER, Adriana. Marital conflict management of married men and women. Psico-usf, v. 23, p. 229-240, 2018.
- DEW, Jeffrey. Marriage and finance. Handbook of consumer finance research, p. 337-350, 2008.
- PAHL, Jan. Couples and their money: theory and practice in personal finances. In: Social Policy Review 13. Policy Press, 2001. p. 17-38.
- https://site.cndl.org.br/cresce-o-numero-de-brasileiros-que-conversam-sobre-o-orcamento-familiar-em-casa-aponta-pesquisa-cndlspc-brasil-e-banco-central/