Leilões e circuit braker
Além do funcionamento regular das operações realizadas habitualmente no pregão tradicional da bolsa, o investidor precisa conhecer também alguns procedimentos especiais que podem ser acionados em situações específicas, previstos nos manuais e regulamentos das entidades administradoras de mercados.
Os principais são: leilões e circuitbreaker. De forma geral, enquanto os leilões são procedimentos direcionados à negociação de ativos específicos, o circuitbreaker é um procedimento que envolve as negociações da bolsa como um todo.
Leilões
O objetivo dos leilões é evitar variações bruscas nas cotações dos ativos por situações ou ordens consideradas atípicas. Ao ser atingido algum dos parâmetros estipulados, a negociação do ativo é suspensa e ele entra em processo de leilão por um prazo determinado. Durante o leilão, os participantes e investidores têm a oportunidade de analisar a situação e, se for o caso, ajustar sua posição.
As regras de negociação dos mercados de bolsa devem estabelecer as variações de preços e quantidades ofertadas em seus sistemas de negociação que exigem a adoção do procedimento de leilão, bem como as regras operacionais necessárias para quando essas variações forem a lançadas. Os parâmetros analisados para determinar o procedimento de leilão levam em consideração a quantidade, cotação e negociabilidade dos ativos.
Além da determinação dos limites e tempo de duração dos leilões, os procedimentos da bolsa estabelecem regras para a determinação do preço, sistema de prioridade para o fechamento dos negócios, hipóteses de prorrogação, entre outros.
Circuit Breaker
O mecanismo conhecido como circuit breaker interrompe o pregão da bolsa por um determinado período em momentos atípicos do mercado em que há excessiva volatilidade. Ele permite que as ordens de compra e de venda sejam rebalanceadas e amortecidas durante o período de suspensão da negociação. Trata-se de uma proteção à variação exacerbada dos preços em momentos atípicos do mercado.
Nesse sentido, de “oferecer um tempo para que o mercado se ajuste”, o circuit breaker tem objetivo semelhante ao do leilão, com a diferença que o leilão considera ativos isolados, enquanto no circuit breaker todo o pregão da bolsa é suspenso.
Por esse mecanismo, a bolsa impõe limites para a variação negativa do índice Bovespa, o Ibovespa, que, se atingidos, interrompem as negociações. Dependendo da força da queda do índice, as regras de interrupção dos negócios mudam.
Se o Ibovespa cair 10%, os negócios serão interrompidos por 30 minutos. Reabertos os negócios, se a queda atingir 15%, a interrupção passa a ser de uma hora. Se, novamente após a reabertura dos negócios, a oscilação negativa chegar a 20%, a bolsa poderá suspender os negócios em todos os mercados, por prazo definido a seu critério. Nessa hipótese, a decisão deverá ser comunicada ao mercado.
Na última meia hora de funcionamento do pregão, as regras acima não serão acionadas. Caso haja interrupção dos negócios na última hora de negociação, o horário de encerramento será prorrogado em no máximo 30 minutos, para reabertura e negociação ininterrupta dos ativos e derivativos.