Imagine a seguinte situação. Duas mulheres, de mesma idade, casadas, com dois filhos também de mesma idade, têm o mesmo objetivo de investimento: aplicar as suas reservas para aposentadoria. As duas esperam se aposentar com a mesma idade. Será que elas investirão exatamente da mesma maneira?
A resposta é não. Na verdade, diferentes pessoas, ainda que com os mesmos objetivos e horizonte de tempo, não necessariamente irão optar pelas mesmas classes de ativos ao tomar a sua decisão de investimento. E isso acontece porque cada investidor tem um perfil de risco diferente do outro.
Na prática, há pessoas mais avessas ao risco, que talvez não se sintam confortáveis em aplicar parcela significativa de seu patrimônio em ativos arriscados. Por outro lado, há investidores mais propensos ao risco, que aceitariam assumir uma carteira de investimentos mais arriscada.
Esse perfil precisa ser respeitado no momento da tomada de decisão de investimentos. Cada investidor, portanto, precisa compreender adequadamente o seu perfil.
Para ajudar nessa missão, é interessante caracterizar o seu perfil de investidor em duas dimensões complementares: uma objetiva, relacionada à capacidade de cada pessoa ou família em assumir riscos nos investimentos; e outra subjetiva, que diz respeito à disposição do investidor em assumir riscos. Com isso em mente, e com a ajuda de algumas ferramentas, é possível caracterizar o perfil de risco, para que, junto com a definição dos objetivos a tomada de decisão de investimentos seja mais consciente e planejada.
A questão agora é: como saber a que grupo pertenço? Como descobrir o meu perfil de risco?
Descobrir seu perfil irá ajudá-lo na escolha do investimento mais adequado. Então, mãos à obra. Há diferentes maneiras de refletir a respeito.
O próprio histórico em relação à vida financeira diz muito sobre o perfil de investidor. Por exemplo, pessoas que privilegiam trabalhos mais seguros, estáveis e com renda fixa, tendem a ser mais avessas ao risco nos investimentos que outras que aceitam trabalhos com renda variável, ou que têm por hábito empreender, arriscar em negócios etc.
As decisões de investimentos passadas também podem ser um indicador. Mas isso não é uma regra.
Há métodos mais objetivos no mercado, que ajudam o investidor a identificar o seu perfil, como é o caso dos formulários de análise do perfil do investidor, conhecidos como API. Para oferecer alguns investimentos no mercado financeiro, as instituições financeiras precisam solicitar ao cliente que preencha esse formulário, em que é preciso responder a questões relacionadas ao patrimônio, objetivos e perfil, para, com base nas respostas, enquadrar o cliente em uma das categorias de perfil de risco citadas. Essa classificação é que determinará quais produtos de investimentos poderão ser ofertados a cada investidor.
Embora seja uma ferramenta muito útil, é importante que essa informação seja utilizada como orientação (e não como verdade absoluta), e que o investidor seja sincero nas respostas, para que o resultado represente de fato o seu perfil. Cabe sempre ao investidor a decisão final.
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