Passo 02: Para onde vai o seu dinheiro
Nem chegou o fim do mês e já falta dinheiro para pagar as contas? Precisa se endividar para honrar os compromissos? Não tem recursos para quitar a fatura do cartão? Mais um mês sem conseguir poupar?
Essas situações são mais comuns do que se imagina, e representam um cenário muito danoso para a vida financeira: gastar mais do que se ganha. O descontrole financeiro, além de causar diretamente estresse financeiro, mina a capacidade de construção de reservas financeiras, necessárias para a tranquilidade financeira e para o alcance dos objetivos de vida.
Esse cenário, portanto, precisa ser mudado com conhecimento, planejamento e mudança de comportamento. Aqui neste passo, “Para onde vai o seu dinheiro?”, vamos falar sobre o conhecimento.
Não há controle financeiro sem conhecimento. Quanto foram os gastos com as compras de mercado neste mês? Poucos têm a resposta exata. Alguns arriscam um número, mas ao comparar com a realidade, se surpreendem. E isso acontece com as outras categorias de despesas. Conhecer o destino do dinheiro é etapa fundamental para adquirir o controle financeiro.
A sugestão aqui é registrar periodicamente os seus ganhos e despesas. Idealmente os registros devem ocorrer diariamente, e devem ser acompanhados pelo menos uma vez ao mês. Como? Tanto faz, seja um caderno, uma planilha ou aplicativo (caso queira, utilize esta planilha modelo). Essa ferramenta é conhecida como Fluxo de caixa pessoal ou familiar (FCF).
O importante é definir as principais categorias de renda e despesas da família, como moradia, alimentação, transporte, saúde, educação, lazer e entretenimento, entre outros, e começar a anotar tudo.
Ao final do primeiro período de apuração, normalmente um mês, os resultados podem identificar três diferentes perfis de gasto:
- Superavitário: gasta menos do que ganha. PARABÉNS! este é o cenário ideal. Quem está aqui, além de possivelmente não passar por estresse financeiro, ainda consegue poupar;
- Deficitário: gasta mais do que ganha. CUIDADO! Este é o pior cenário. Quem está aqui possivelmente passa por constantes situações de estresse financeiro, não poupa, e tende a se tornar endividado.
- Equilibrado: gasta exatamente o que ganha. ATENÇÃO! Apesar de aparentemente tranquilo, este não é o cenário ideal. Quem está aqui não consegue construir reservas financeiras e fica perto de se tornar deficitário, afinal qualquer despesa adicional pode desequilibrar as contas.
A identificação dos perfis de gasto, no entanto, não é o único benefício do registro das despesas. Ao conhecer para onde o dinheiro está indo é possível apontar os principais vilões do FCF, e identificar as possíveis causas de um descontrole, por onde a mudança de comportamento poderia começar.
E não para por aí. Ainda que se tenha um fluxo de caixa superavitário, conhecer o padrão de gastos pode ajudar a perceber a alocação do dinheiro no estilo de vida, e refletir se ele de fato reflete aquilo que mais traz bem-estar para a família.
Portanto, mãos à obra. Comece agora mesmo.
Mas, embora necessário, o registro das despesas e receitas não é suficiente para alcançar o controle financeiro. É preciso caminhar para o próximo passo.