POPULARIAÇÃO DA CIÊNCIA - INT divulga tecnologias inovadoras em mostras integradas do MCTIC

Réplicas de peças perdidas no incêndio do Museu Nacional, produtos feitos da mistura de plástico e rochas, aproveitamento de biomassas residuais, inovações em tecnologia assistiva, imagens de microscopia eletrônica, produtos à base de microalgas são algumas das atrações que o Instituto Nacional de Tecnologia (INT) tem levado às exposições organizadas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). A primeira delas foi a Avenida da Ciência, realizada de 22 a 27 de julho, em Campo Grande (MS), junto com a 71ª Reunião Anual da SBPC.  As próximas atividades serão parte da 16ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, da qual o INT participa no evento integrado em Brasília, em outubro, e no Rio de Janeiro, no início de novembro.

Avenida da Ciência recebe grande público na UFMS

Realizada na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), a Avenida da Ciência recebeu um público de cerca de 30 mil pessoas, incluindo turmas de escolas, famílias e participantes da grande reunião científica promovida pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A importância do evento foi reforçada pela presença de autoridades e lideranças da comunidade científica.

Na abertura da Avenida da Ciência, o secretário executivo do MCTIC, Julio Semeguini, na função de ministro em exercício, visitou o estande do INT, acompanhado pelo secretário de Políticas para Formação e Ações Estratégicas, Marcelo Morales; pelo coordenador-geral de Popularização da Ciência do MCTIC, Ivo Leite; pelo presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Marcio de Miranda Santos; pelo reitor da UFMS, Marcelo Turine; e pelo presidente da SBPC, Ildeu de Castro Moreira.

No último dia do evento, sábado (27/07), foi a vez do ministro Marcos Pontes percorrer a exposição e visitar o estande do INT. Recebido pela diretora em exercício, Iêda Caminha, o ministro pôde conhecer cada um dos trabalhos apresentados além de participar da atividade Futuro Cientista, que simula a experimentação em um laboratório de química.

A Avenida da Ciência apresentou ainda a série Diálogos com o MCTIC, com palestras de pesquisadores sobre temas de destaque. Pelo INT, apresentou-se a pesquisadora Ayla Sant’Anna, do Laboratório de Biocatálise, que mostrou resultados do seu projeto “Rotas biotecnológicas para conversão da semente de açaí em energia e produtos com alto valor agregado”, apoiado pelo Instituto Serrapilheira. 

Destaques da exposição

Digitalizadas antes da tragédia e moldadas em impressoras 3D com os restos e cinzas do incêndio, as réplicas de peças do acervo do Museu Nacional despertaram a curiosidade do público. As impressões foram feitas no Laboratório de Modelos Tridimensionais do INT, em parceria com pesquisadores do Museu Nacional, pertencente à Universidade Federal do Rio de Janeiro, e do Núcleo de Experimentação Tridimensional (Next), da PUC-Rio.

Entre as peças expostas estava a versão reduzida do Crânio de “Luzia”, fóssil humano mais antigo do Brasil, com mais de 12 mil anos estimados. Também estiveram à mostra dois crânios de múmias egípcias – Sha-Amun-en-su, uma sacerdotisa cantora que viveu em Tebas no século VIII a.C. e outra do período Romano, no início da era cristã.

Novos materiais feitos de resíduos de rochas misturados a polímeros (plásticos e borrachas) também causaram surpresa entre os visitantes ao serem usados em materiais tão distintos como tijolos e óculos. Desenvolvida junto com o Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), a inovação dá destino ao problema ambiental gerado pelo pó residual da extração e lavra de rochas ornamentais, que tem o Brasil como quarto maior produtor mundial.

O andador Shift e a cadeira de rodas residencial, produtos de tecnologia assistiva desenvolvidos pelo INT e ganhadores de prêmios internacionais, foram outro ponto alto da mostra. Projetado para auxiliar a caminhada de pessoas com limitações de mobilidade, o andador favorece a ação de se levantarem para usá-lo ou sentarem sozinhas e com segurança.  Já a cadeira residencial visa o conforto e a acessibilidade em seu ambiente doméstico. A largura reduzida possibilita a passagem da cadeira por corredores e portas. O aro de propulsão deslocado, por sua vez, reduz o trabalho mecânico e evita dores nos ombros, comuns ao esforço usado nos modelos tradicionais.

Popularização da Ciência é tema de encontro do MCTIC

Nos dias 3, 4 e 5 de setembro, em Brasília, o  Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) promoveu o Primeiro Encontro Nacional de Popularização da Ciência. Na abertura, o ministro Marcos Pontes ressaltou a importância de ampliar as ações de popularização para despertar vocações e o interesse da sociedade brasileira sobre as atividades de ciência e tecnologia desenvolvidas no País. 

Reunindo representantes de instituições vinculadas ao MCTIC, feiras, mostras, olimpíadas científicas, museus de C&T, universidades e institutos federais, além de coordenadores de projetos como a Avenida da Ciência e a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, o encontro promoveu discussões sobre estratégias para incrementar a atividade em nível nacional. O Instituto Nacional de Tecnologia esteve representado no evento pela analista em C&T Larissa Medeiros, chefe da Divisão de Comunicação.

Semana Nacional: INT participa em Brasília e no Rio

Em sua 16ª edição, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia terá este ano atividades em mais de 2 mil municípios brasileiros. Em Brasília, o MCTIC promove um grande evento no pavilhão de exposições do Parque da Cidade, entre os dias 21 e 27 de outubro, com expectativa de público total de mais de 100 mil pessoas. O INT participa expondo projetos ligados ao tema central do evento “Bioeconomia: Diversidade e Riqueza para o Desenvolvimento Sustentável”  e repete a atividade Futuro Cientista, em que os visitantes podem tirar uma foto com vestimenta – jaleco e óculos de proteção – e material típico de um laboratório de pesquisa em Química: falcon; becker; balão volumétrico; erlenmeyer, pipeta e funil de separação. Depois as fotos poderão ser vistas nas hashtags: #FuturoCientista e #INTnaSNCT. 

Entre os trabalhos que o público poderá conhecer no estande do INT estão pesquisas que visam aproveitar resíduos agroindustriais, como o bagaço e a palha de cana-de-açúcar, a semente de açaí e o resíduo do refino do óleo de dendê para a produção de insumos químicos e biocombustíveis. A exposição contará com a presença de um pesquisador do Laboratório de Biocatálise, onde acontecem esses estudos, e material ilustrativo.

Também estarão expostas tecnologias de microalgas, que utilizam o conceito de biorrefinaria: produzindo a partir de uma mesma biomassa produtos diversos, como biocombustíveis, óleos, suplementos alimentares e corantes. Esse trabalho será mostrado por bolsistas visitantes de doutorado e mestrado, com trabalho desenvolvido no Laboratório de Microalgas do INT.

Os óculos e tijolos feitos à base de resíduos de rochas misturados com polímeros estarão novamente em exposição. Desta vez um pesquisador bolsista do Laboratório de Tecnologia de Materiais Poliméricos apresentará mais detalhes dos produtos, desenvolvidos em parceria com o Cetem.

Pesquisadores do INT, da área de Desenho Industrial, também estarão expondo seus projetos de tecnologia assistiva no estande da Secretaria de Tecnologias Aplicadas do MCTIC. Nesta parte estarão o andador Shift, a cadeira de rodas residencial, um implante de pé impresso em 3D com metamateriais (estruturas desenhadas que tornam o produto mais leve e resistente), um sistema de mapeamento de pressão de assento e encosto de cadeira usado no desenvolvimento de tecnologias para esportes paralímpicos e em plataforma para cuidadores de idosos, e tecnologias assistivas educacionais voltadas para a inclusão e autonomia de pessoas com deficiência.

Por conta da participação em Brasília, as atividades da Semana Nacional de C&T no Rio de Janeiro, reunindo as unidades de pesquisa do MCTIC sediadas no estado, acontecerão entre os dias 6 e 9 de novembro, no campus ON-Mast, do Observatório Nacional e Museu de Astronomia e Ciências Afins.