Enzimas trazem novas possibilidades para produção de ésteres
TERÇA TECONOLOGICA 3 2019 05 24 ronaldo rodrigues amanda oliveira 3 web
O pesquisador Ronaldo Rodriguesobserva reação de esterificação.
Conhecidos pelo aroma agradável e presentes em frutas e em óleos essenciais de diversas plantas, os ésteres são substâncias muito usadas industrialmente na formulação de cosméticos, produtos de limpeza, alimentos, fármacos, revestimentos, lubrificantes, biodiesel, dentre outros produtos. Os processos convencionais de produção, no entanto, requerem altas temperaturas e usam ácidos fortes como catalisadores, que, além de corrosivos, geram resíduos tóxicos ao meio ambiente. As condições agressivas de produção afetam a qualidade dos ésteres, uma questão delicada para produtos que serão ingeridos ou entrarão em contato com a pele, que não podem apresentar contaminações ou resíduos.
Neste contexto, o Instituto Nacional de Tecnologia (INT) pesquisa uma forma alternativa para produzir ésteres: a síntese enzimática. As enzimas utilizadas, as lipases, são capazes de acelerar as reações químicas, sintetizando os ésteres em temperaturas bem menores que as usadas pela indústria, com catalisadores ácidos. Ao contrário dessa rota tradicional, o processo quase não gera resíduos, obtendo produtos isentos de contaminações e mais seguros.
Essa pesquisa é conduzida pelo pesquisador Ronaldo Rodrigues de Sousa, no Laboratório de Biocatálise (Labic) do INT, e foi apresentada na Terça Tecnológica de junho (25/06).
Graduado em Engenharia Industrial Química pela Universidade de São Paulo (USP), Ronaldo Rodrigues é mestre em Geoquímica Ambiental pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Possui experiência nas indústrias do petróleo e de vernizes e é tecnologista do INT desde 2009, onde inicialmente atuou na área de avaliação da qualidade de produtos médicos e hospitalares, alimentos orgânicos e bebidas. Em 2017, passou a desenvolver pesquisas no Labic sobre síntese enzimática de especialidades químicas e sobre biocombustíveis.