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Semente do açaí é analisada nos EUA, no espectrômetro de massas mais avançado do mundo
O projeto “Rotas biotecnológicas para conversão da semente de açaí em energia e produtos com alto valor agregado”, que o Instituto Nacional de Tecnologia (INT) desenvolve desde 2018, deu um importante passo para caracterizar de maneira extremamente detalhada a semente de açaí, um resíduo ambiental riquíssimo em açúcares e com grande potencial antioxidante e antimicrobiano. Durante uma semana, entre os dias 17 e 21 de março, equipe liderada pela chefe do Laboratório de Biocatálise (Labic) do INT, Ayla Sant’Ana, trabalhou no National High Magnetic Field Laboratory (MagLab), em Tallahassee, na Flórida. Nesse período eles tiveram a sua disposição um equipamento único no mundo: o espectrômetro de massas do tipo FT-ICR de 21 Tesla, que opera com o maior campo magnético já alcançado para esse tipo de análise.
Esse instrumento é capaz de identificar milhares de compostos presentes em amostras complexas com altíssima precisão — chegando a até 10 casas decimais — o que permite, por exemplo, detectar diferenças mínimas na massa molecular de substâncias quase idênticas. No caso do extrato da semente de açaí, essas análises podem revelar uma composição química extremamente detalhada, inédita até então. Para isso, a equipe do Labic preparou amostras purificadas do extrato, reduzindo a complexidade das amostras e aumentando a capacidade de coleta de informações durante as análises.
“Com esses dados, acreditamos que teremos a caracterização mais completa possível desse produto derivado da semente, aumentando a segurança para seu futuro uso” – afirma a pesquisadora Ayla Sant’Ana.
Junto com a chefe do Labic, estavam sua orientanda, a bolsista de doutorado Mariana Monteiro; e o professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, Gabriel Rocha Martins, ex-bolsista de pós-doutorado do Laboratório e do programa PCI. Eles tiveram apoio da equipe de colaboradores do laboratório norte-americano, que inclui a pesquisadora Amy McKenna, responsável pela unidade de espectrometria de massas do MagLab e a pos-doc Lydia Babcock-Adams.

