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Programa traz bolsista do Pará ao INT
Dando suporte ao Clube de Ciência de Moju (CCIM), no interior do Pará, o projeto de extensão Lab2030 – Laboratório de educação e inovação sustentáveis incentiva jovens de ensino médio e graduação a participarem do desenvolvimento de soluções sustentáveis para aproveitamento de resíduos de matérias-primas amazônicas. Uma das bolsistas do programa é Francielly Rodrigues, estudante de engenharia de produção da Universidade Federal do Pará (UFPA), que integra o projeto de pesquisa com sementes de açaí desenvolvido pela pesquisadora do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), Ayla Sant’Ana, e financiado pelo Instituto Serrapilheira. Com suporte do Programa, entre os dias 12 e 19 de julho, ela teve a oportunidade de estar no Rio de Janeiro, junto à orientadora, e ter contato com a estrutura laboratorial do INT.
“Pude conhecer quase todas as instalações do INT e fiquei impressionada com tanta tecnologia, máquinas e equipamentos que eu nunca tinha visto. Ver toda essa estrutura é um choque de realidade”, comentou Francielly. A bolsista teve oportunidade ainda de realizar ensaios experimentais no Laboratório de Biocatálise (LABIC), analisando diferentes sementes de açaí e podendo utilizar um método analítico diferente do que conhecia.
O projeto de extensão Lab2030 está sendo inicialmente custeado por meio do bônus de diversidade concedido à Ayla Sant'Ana, dentro do seu projeto com o apoio do Serrapilheira, e foi elaborado em colaboração com as professoras Danielle Siqueira (CCIM) e Claudia Oliveira, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU/USP), e sua orientanda Beatriz Cintra (FAU/USP), parceiras do CCIM em projetos anteriores. O Lab2030 engloba três vertentes de pesquisa: um projeto de biodigestão da semente do açaí, linha de estudo em que a pesquisadora Ayla atua; outro sobre o biofiltro de carvão ativado do caroço de açaí, criado originalmente pelo CCIM; e o terceiro que consiste no mapeamento das sementes de açaí descartadas em Moju, Igarapé-Miri e Castanhal, desenvolvido pela bolsista Francielly e por dois bolsistas de ensino médio, e coorientado pela assistente de pesquisa, Fernanda Thimoteo.
Observando a grande quantidade de sementes gerada após a retirada da polpa do açaí e os problemas ambientais causados à população devido ao seu descarte inapropriado nos igarapés e nas ruas das cidades, as pesquisadoras viram a necessidade de mapear a cadeia do açaí na região. A pesquisa de Francielly visa rastrear onde os caroços estão sendo produzidos, a quantidade e a rota das sementes de açaí, verificando se esse resíduo está sendo beneficiado ou não. O objetivo é ter as informações consolidadas para que outras formas de aproveitamento sejam possíveis e garantir que as sementes estarão em condições adequadas para serem utilizadas em um processamento químico.
A pesquisadora Ayla ressalta a importância da participação da bolsista na pesquisa. “A Francielly adiciona um olhar regional e percepções que só quem é do local pode oferecer para somar com a pesquisa. Isso é primordial para o sucesso de um projeto de mapeamento da cadeia do açaí, como o que estamos fazendo”.
Ao final da semana de imersão, Francielly apresentou para pesquisadores do INT os resultados experimentais obtidos e a análise do levantamento feito até o momento nos locais onde se extrai a polpa do açaí.