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Pesquisadoras do INT contam suas trajetórias a alunas da rede pública
O Instituto Nacional de Tecnologia (INT) recebeu, nesta quinta-feira (27/06), as alunas do ensino médio do Colégio Estadual Joaquim Távora, em Niterói, que participaram do evento Empoderamento Feminino na Ciência . Organizada pela professora do Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Lucianne Fragel, pelo tecnologista da Divisão de Engenharia de Avaliações e de Produção (DIEAP), Saul Mizrahi, e a Divisão de Comunicação (DICOM), a iniciativa faz parte de um conjunto de ações em parceria entre o INT, a UFF e o Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) com fomento do CNPq.
Iniciando a programação, a diretora substituta do INT, Iêda Caminha, deu as boas-vindas às estudantes e apresentou o vídeo institucional do Instituto. Em seguida, a chefe do Laboratório de Biocatálise (Labic/DICAP), Viridiana Leitão, apresentou a palestra Atuação Profissional no INT-MCTIC e Trajetória na Pesquisa . Na primeira parte, Viridiana explicou sobre a biocatálise e o uso da mesma em nossa rotina como consumidores de produtos. Em seguida, a pesquisadora contou sobre sua formação acadêmica e seu período de trabalho no INT. “É a primeira vez que falo sobre minha trajetória na área de pesquisa. Fiquei muito feliz em notar que tive várias mulheres que influenciaram na minha formação e carreira”, concluiu Viridiana.
Encerrada a apresentação, o evento continuou com a mesa Empoderamento Feminino na Ciência , com a participação de Iêda Caminha, Viridiana Leitão e as pesquisadoras Cristina Zamberlan e Olga Ferraz. As participantes contaram sobre suas trajetórias e as dificuldades que precisaram superar como mulheres em um campo predominantemente masculino.
Cristina Zamberlan destacou a percepção que tem sobre a relação das mulheres no ambiente de trabalho do INT. “Fico feliz por trabalhar em uma casa que tem muitas mulheres fortes”, afirmou.
Já a pesquisadora Olga Ferraz falou sobre sua formação na Inglaterra. “Fugi da ditadura no Brasil e fui estudar no exterior. Imaginava encontrar mulheres mais empoderadas, e foi uma grande decepção; o cenário era pior que aqui. Vocês têm que saber que é uma luta e que vocês terão que segurar suas carreias”, disse a pesquisadora.
As estudantes expressaram surpresa e admiração na fala de Iêda Caminha, que contou ser a primeira mulher no Brasil a receber a Medalha de Mérito da Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM), após 74 anos de premiação. Por outro lado, a diretora substituta também abordou a realidade pela qual as mulheres passam. “O maior preconceito é com relação à inteligência. É um campo muito masculino, e vocês terão que perseverar para conquistarem seus espaços e respeito”, afirmou Ieda Caminha.
Viridiana Leitão falou sobre as dificuldades que tanto mulheres, quanto homens enfrentam perante a família ao escolher a carreira científica. “Quem trabalha com pesquisa muitas vezes não tem carteira assinada, vale-transporte e vale-alimentação. Muitas famílias não entendem que nossa formação é longa, e, frequentemente, somos cobrados por não termos um emprego”. A pesquisadora deixou palavras de apoio às estudantes, compartilhando a fala que a própria mãe usava com ela: “Minha mãe sempre me dizia: nunca acredite em quem duvida da sua capacidade”.
Após o evento, as estudantes visitaram o Laboratório de Biocatálise (LABIC), o Laboratório de Ergonomia (LABER), o Laboratório de Modelos Tridimensionais (LAMOT), a Divisão de Engenharia de Avaliações e de Produção (DIEAP) e o Centro de Caracterização em Nanotecnologia para Materiais e Catálise (CENANO).