Notícias
No Museu Nacional, INT participa do lançamento da cápsula do tempo para 2072
Depois de 50 anos da primeira cápsula do tempo, projetada pelo engenheiro Elde Pires Braga, do Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCTI), o Museu Nacional (MN/UFRJ) voltou a abrigar uma nova cápsula para ser aberta no ano de 2072, com relatos, recados e um panorama da ciência e tecnologia de 2022. O projeto do Museu contou novamente com a parceria do INT, centenário Instituto do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), que projetou também a nova cápsula, desta vez envolvendo a competência das suas divisões de Materiais (DIMAT) e de Corrosão e Biocorrosão (DICOR), sob supervisão do engenheiro Javier Velasco, coordenador de Tecnologia de Materiais.
Na urna de 55cm x 61cm x 43cm, produzida em aço inoxidável, com revestimento interno em polipropileno, foram incluídos mais de 100 itens entre cartas, objetos e informações digitais, com objetivo de despertar a reflexão das pessoas do futuro sobre os 50 anos passados.
Entre os objetos inseridos pelos pesquisadores do Museu Nacional, destaca-se uma réplica do crânio de Luzia, fóssil mais antigo das Américas, que foi digitalizado e impresso em 3D em parceria com o INT. O Museu também enviou ao futuro um dente de uma baleia de 15,5 metros e três das seis pedras de quartzo que foram a primeira doação de uma pessoa desconhecida para a reestruturação do prédio. A cápsula também incluiu um livro de ouro com assinaturas de pesquisadores, amigos e colaboradores do Museu Nacional e uma carta do seu diretor, Alexander Kellner, com conteúdo secreto, a ser lida pelo diretor da instituição em exercício no ano de 2072.
A diretora do INT, Iêda Caminha, colocou na cápsula produtos que representam a atividade tecnológica do Instituto, começando por uma escultura comemorativa do centenário, representando o carro movido a álcool pesquisado ainda na década de 1920. Representando a atividade atual estão uma prótese de quadril fabricada por metalurgia convencional em liga Ti-6Al-4V, que em breve passará a ser fabricada de maneira customizada por manufatura aditiva; e uma amostra de grafeno, material atualmente considerado estratégico pelo MCTI e pesquisado pelo INT para aplicação na degradação fotocatalítica de corantes.
Também seguiu na cápsula uma réplica em tamanho reduzido da múmia egípcia Sha-Amun-en-su, que integrava o acervo original do Museu Nacional (MN), perdido no incêndio do prédio, em 2 de setembro de 2018; mas, junto a um total de 300 peças, chegou a ser digitalizada no trabalho de colaboração entre o Museu e a Divisão de Design Industrial do INT. A réplica foi impressa em 3D com as cinzas do que restou daquela tragédia, constituindo uma sinalização do poder de reconstrução que o Museu afirma e hoje lança ao futuro.
Por fim, a diretora do INT também depositou livros, um pen-drive com informações sobre projetos e vídeos institucionais, a linha do tempo dos 100 anos do INT, além de fotos e o nome de todos os colaboradores do Instituto em atividade e, por fim, uma carta onde relata exemplos do desenvolvimento tecnológico em nossa época e manifesta a expectativa da Instituição para o futuro:
– Que o INT possa continuar a contribuir para o surgimento de novos processos e produtos que possibilitem uma maior qualidade de vida da sociedade e que torne o Brasil um País mais rico, mais sustentável e menos desigual.
Conduzindo a cerimônia, o diretor do MN, Alexander Kellner, destacou o simbolismo da nova cápsula do tempo, coincidindo com o projeto de renovação e busca pelo restabelecimento total das atividades do Museu, prevista para 2027.
— Justamente quando a instituição científica mais antiga do país estava completando 200 anos, vivenciamos a tragédia do incêndio. E isso certamente está refletido nos anseios, nas preocupações e nas reflexões. Por isso faço um apelo aos agentes públicos para que cuidem do patrimônio científico e cultural do país — ressaltou o diretor.