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Materiais fotônicos podem impulsionar várias aplicações tecnológicas
“A fotônica é, no século XXI, o que foi a eletrônica para o século XX” – com este paralelo, o físico Anderson Stevens Leonidas Gomes, professor do Departamento de Física e do Programa de Pós-Graduação em Física da UFPE, manifestou, nesta quinta-feira (24/08), no Instituto Nacional de Tecnologia (INT), o entusiasmo com que vê a ciência e as tecnologias relacionadas ao uso da luz. “O estado da arte em materiais fotônicos e aplicações” foi o tema da palestra que o professor apresentou no ciclo Ideias & Tendências, sob olhar atento de pesquisadores e colaboradores do Instituto, que acompanharam o evento interno.
Objeto de estudo e projetos de pesquisa de Anderson Gomes, a fotônica vem se desdobrando em diversos usos tecnológicos, especialmente por meio dos materiais fotônicos, que, na definição do professor, são aqueles que respondem de forma positiva aos fótons incidentes.
“As aplicações atuais já abrangem materiais orgânicos e inorgânicos, incluindo metais, semicondutores, isolantes (dielétricos), polímeros, cerâmicas policristalinas, cristais líquidos e polímeros” – revela o professor, que é membro do Conselho do Fundo Nacional Brasileiro para o Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (2021-2025), e também da Comissão Consultiva de Fotônica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (2021-2025).
As possibilidades dos materiais fotônicos, mostradas por Anderson Gomes, se multiplicam no desenvolvimento de metamateriais (projetados para terem propriedades não encontradas na natureza) e de materiais engenheirados a laser no nível da micro e nanotecnologia. As aplicações também se desdobram no uso em sensores, manufatura aditiva a laser, imagens médicas (tomografia óptica), além dos materiais 2D, que tem por base o uso do grafeno.
Propostas para o INT
No final de sua apresentação, o professor direcionou algumas sugestões específicas ao INT, partindo da ideia da constante mudança de paradigma: “sempre fazer coisas que ninguém pode fazer, se mantendo na posição de transferir tecnologia”. Anderson Gomes ainda reforçou a indicação de investir em áreas portadoras de futuro, explorando também o que há de novo em áreas atuais do Instituto e o que acontece no mundo, especialmente na China.
No debate com o público, mediado pelo coordenador de Planejamento Tecnológico (COPTE), Maurício Monteiro, o Prof. Anderson Gomes interagiu diretamente com pesquisadores do Instituto avaliando pontos de convergência da sua experiência com temas em desenvolvimento no INT, como catálise, biocombustíveis e desenvolvimento de novos materiais.
Na mesa de encerramento Monteiro e a diretora do INT, Iêda Caminha, confirmaram o direcionamento do Instituto a um modelo estratégico compatível com os novos desafios tecnológicos e sobretudo em relação à missão de contribuir com a inovação no País. Iêda Caminha reforçou também a intenção do INT estar alinhado às novas metas da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI 2024-2030).