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Livro sobre documento histórico analisado por pesquisadores é premiado
O livro “ Formulário Médico: manuscrito atribuído aos Jesuítas e encontrado em uma arca da Igreja de São Francisco de Curitiba ” foi um dos vencedores do 6º Prêmio Abeu, anunciado em cerimônia virtual pela Associação Brasileira das Editoras Universitárias (Abeu), no último dia 26 de novembro. Primeiro lugar na categoria Ciências da Vida , a edição foi produzida pela Editora Fiocruz e inclui um capítulo escrito em parceria por pesquisadores do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio).
O livro foi lançado em 2019, como parte do selo especial Clássicos & Fontes da coleção História e Saúde . Organizada pelos pesquisadores Heloisa Meireles Gesteira, João Eurípedes Franklin Leal e Maria Claudia Santiago, a publicação permitiu ao público conhecer toda a transcrição paleográfica do manuscrito “ Formulário Médico”, de 1703, junto com estudos históricos e estudos técnicos sobre os materiais da obra, escrita em português por um único calígrafo. Pertencente ao acervo da Biblioteca de Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o volume recebeu da Unesco, em 2017, o título de Memória do Mundo , sendo considerado patrimônio documental (arquivístico e bibliográfico) da humanidade.
Preservação do Manuscrito
O capítulo 4 da publicação tratou do “Estudo da materialidade do manuscrito e sua preservação” sendo elaborado pelos pesquisadores Márcia Lutterbach e Luiz André Teixeira Pinto, do Laboratório de Biocorrosão e Biodegradação (Labio) do INT; Ozana Hannesch, Ana Cristina Garcia e Fernanda Corrêa, do Mast; Fabiano Cataldo, da UniRio; e Antonio Carlos Costa, do Instituto de Química da UERJ. O trabalho se insere no âmbito do acordo de cooperação entre o INT e o Museu, voltado à conservação de documentos históricos em processo de degradação. Feitas em conjunto, as análises específicas sobre o Formulário Médico revelaram dados técnicos sobre a composição do documento, produzido com tinta ferrogálica sobre papel de trapo.
“Várias partes do Formulário Médico foram analisadas em ensaios não destrutivos, que avaliaram a presença de elementos químicos constituintes do papel e da tinta, por meio da técnica de fluorescência de raios X, realizada pelo INT. Esta identificação permite aos responsáveis pela conservação aplicarem o tratamento correto para sua conservação, mantendo este patrimônio documental a salvo da ação do tempo” – relata a pesquisadora Márcia Lutterbach, que coordenou os trabalhos pelo Instituto.