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INT, UFMG e CAOA se unem para melhorar desempenho do motores dos caminhões
Inserido no Programa Rota 2030, projeto desenvolverá tecnologias e metodologias para reduzir emissões e melhorar o desempenho dos motores de caminhões no uso de misturas biodiesel-diesel-HVO
O uso crescente de biocombustíveis em veículos pesados tem sido motivado pela necessidade de redução das emissões dos gases de efeito estufa. Misturas de diesel com biodiesel e misturas ternárias, que acrescentam ao diesel fóssil tanto o biodiesel convencional (ésteres) quanto o HVO (sigla em inglês para óleo vegetal hidrotratado), tem se tornado cada vez mais promissoras. O aumento desse percentual de fonte de energia renovável também tem motivado pesquisadores e a indústria automotiva a buscarem associá-lo a um melhor desempenho dos motores dos caminhões e à redução das suas emissões atmosféricas. Com esse objetivo, o Instituto Nacional de Tecnologia (INT), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e a montadora CAOA assinaram nesta quinta-feira (14/10) um novo projeto, aprovado no âmbito do Programa Rota 2030, Linha V – Biocombustíveis, Segurança Veicular e Propulsão Alternativa à Combustão. O Programa é uma iniciativa do Governo Federal (Lei nº 13.755/2018) que estimula o investimento e o fortalecimento das empresas brasileiras do setor automotivo por meio do desenvolvimento de novas tecnologias, tendo a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep) como coordenadora da Linha V.
Intitulado Melhoria do desempenho de caminhão pesado através do uso de diesel verde e redução das emissões de CO2, o projeto desenvolverá um aditivo multifuncional para melhorar algumas propriedades da mistura ternária, além de estabelecer a faixa adequada para obter melhores resultados com o uso da mistura diesel, biodiesel e HVO. O trabalho também implementará uma metodologia inédita no Brasil para medir emissões veiculares, adequando seus ensaios à realidade do trânsito das cidades brasileiras e, finalmente, pretende propor um sistema embarcado para captura de dióxido de carbono (CO2).
“O diferencial do projeto é que ele traz uma abordagem completa, desde a formulação do biocombustível, através do uso de misturas ternárias, passando pelo desenvolvimento de um aditivo capaz de fazer frente aos problemas advindos do uso do biodiesel, sendo esse aditivo também de base renovável, e por fim desenvolver um material adequado à captura do CO2 produzido pela queima do combustível” – destaca o pesquisador do INT, Marco Fraga, coordenador associado do projeto.
“O objetivo é chegarmos a um material e um protótipo de captura de CO2 on board capaz de reduzir as emissões de CO2 em 20%" – relata o coordenador geral do projeto, Jadson Belchior, da UFMG.
“Para validar a mistura, usaremos a metodologia europeia RDE (Real Driving Emissions), que será implementada no Brasil em 2023 e permitirá avaliar as emissões produzidas em situações reais de trânsito” – destaca a coordenadora de Engenharia de Produtos e Processos do INT, Valéria Pimentel, integrante da equipe técnica do projeto.
O INT participa do projeto com uma abordagem multidisciplinar, envolvendo a atuação dos seus laboratórios de Catálise (LACAT/DICAP), de Corrosão e Proteção ( LACOR/DICOR) e de Tecnologia em Motores (LATEM/DIPRO).
Projeto anterior
Este é o segundo projeto envolvendo o INT e a UFMG, assinado dentro do Programa Rota 2030. Iniciado em março deste ano, o primeiro projeto “Eficiência energética em motores flex com enriquecimento de hidrogênio obtido por reforma catalítica embarcada”, busca também maior rendimento e menor emissão de gases poluentes, nesse caso, por automóveis com motores de combustível duplo gasolina-etanol.
O desenvolvimento do projeto envolve ainda o Centro Universitário FEI e as empresas AVL South América e Sabó Indústria e Comércio de Autopeças.