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INT fará testes decisivos para adoção da mistura de 11% de biodiesel no diesel
Durante o Lançamento da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel, na noite da última quarta-feira (22), o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, anunciou que os testes para a implementação da mistura obrigatória de 11% de biodiesel no diesel consumido no Brasil deverão ser concluídos até o final de julho. "Construímos e viabilizamos agora as condições necessárias para a mistura B11. Sua implementação será feita após estudos de curta duração sobre aditivação do biodiesel no Instituto Nacional de Tecnologia (INT). Isso deverá ser concluído nos próximos dois meses".
No INT, unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), os referidos estudos consistirão em uma bateria de testes a serem realizados pelo Laboratório de Corrosão e Proteção (Lacor), sob coordenação do pesquisador Eduardo Cavalcanti, que também coordena a Rede Sibratec de Serviços Tecnológicos e de Pesquisa em Biocombustíveis (RBiocomb).
Cavalcanti explica que o Laboratório do INT é o único que atualmente reúne condições de realizar avaliações mais próximas da realidade da estocagem do biodiesel usado nas misturas, pois dispõe, por exemplo, de um conjunto de tanques de aço carbono em escala reduzida, submetidos a condições de exposição ao intemperismo (variações de temperatura e umidade relativa).
“As principais questões que definirão o novo teor de mistura referem-se à estabilidade oxidativa e à tendência higroscópica do biodiesel. Ou seja, com o passar do tempo e dependendo das condições de armazenamento, ele apresenta tendência à oxidação, que pode ser combatida com a adição de antioxidantes e, paralelamente, começa a absorver a umidade do ar. Daí a importância dos estudos que contemplem a análise simultânea da evolução desses parâmetros e avaliação da eficiência dos aditivos antioxidantes, para que o biodiesel e a mistura B11 não se tornem produtos fora de especificação” – alerta o pesquisador.
O INT realiza estudos de estabilidade do armazenamento das misturas de biodiesel há mais de dez anos, no contexto da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel (RBTB ) do MCTIC. Cavalcanti destaca a importância do interesse crescente do setor produtivo nessa temática, que pode alavancar a pesquisa e desenvolvimento em novos projetos envolvendo estabilidade, armazenamento e problemas associados. O Instituto já prepara o Workshop B15 com estabilidade , a ser realizado no final de setembro, em parceria com os setores produtivo, de distribuição, automotivo e de regulamentação.