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Em lançamento de Edital voltado a formar mulheres cientistas, presidente do CNPq destaca trajetória de pesquisadora do INT
Durante o lançamento da chamada pública Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação, o presidente do CNPq, Ricardo Galvão, citou o exemplo de superação da química Irene de Alleluia Meyer. Autora do livro “Alleluia: passos e percalços de uma baiana lutadora”, Irene é pesquisadora aposentada do Instituto Nacional de Tecnologia (INT/MCTI), tendo sido a primeira mulher no mundo com Doutorado na área de Química Nuclear, realizado pela Universidade Karlsruhe, na Alemanha, em 1979.
No INT, Irene chefiou o Laboratório de Espectroscopia e a Divisão de Meio Ambiente, tendo atuado também na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Fundação de Tecnologia Industrial (FTI), Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e Universidade Federal Fluminense. Representou o Brasil na IUPAC e no Fórum de Davos, entre outros comitês e organizações, e fez pós-doutorado em síntese orgânica na Universidade de Colônia.
Nascida em 1944, em Salvador, com nome de batismo Irene Baptista de Alleluia, após a morte da mãe, foi criada junto à irmã por uma tia materna, sendo tratadas como empregadas da casa, sem direito a serem crianças. Irene viu nos estudos a única possibilidade e, com muita luta concluiu o secundário e foi selecionada para cursar Química em Recife, com bolsa de estudos e sem apoio da família. Graduada, conseguiu especializar-se na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, fez mestrado na PUC-Rio, seguido de especialização e doutorado na Alemanha.
Todo seu percurso acadêmico foi feito como bolsista de diferentes programas de fomento à pesquisa. Atualmente é aposentada do Instituto Nacional de Tecnologia e consultora na área química analítica, química ambiental, qualidade de alimentos, desenvolvimento sustentável, entre outros.
O Edital: R$ 100 milhões para formação de meninas e mulheres
Iniciativa envolvendo o CNPq e a pareceria entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e Ministério das Mulheres, o novo edital foi anunciado ministra do (MCTI), Luciana Santos, nesta quarta-feira (6/3), durante evento com a presença da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. A chamada pública Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação já está aberta e tem como público-alvo estudantes do sexo feminino matriculadas no oitavo e no nono ano do Ensino Fundamental e no Ensino Médio em escolas públicas e em cursos de graduação nas áreas de Ciências Exatas, Engenharias e na Computação. As propostas poderão ser apresentadas até 29 de abril.