Medidas gerenciais garantem atendimento do INSS à população de São Sebastião do Caí

O fechamento da Agência da Previdência Social em São Sebastião do Caí (RS), a partir do último dia 20, poderia ter representado mais um duro golpe na população, que, há três semanas, viveu a maior cheia da história do município e viu as águas invadirem centenas de imóveis, incluindo a unidade do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A autarquia, porém, agiu rápido e transferiu as agendas de perícia médica e reabilitação profissional para a agência de Montenegro (RS), a 20 quilômetros de distância. Com a medidas gerenciais adotadas, não houve uma única remarcação de atendimento em consequência da enchente.

Maior em espaço e equipe, a unidade vizinha também está conseguindo absorver os atendimentos sem hora marcada, para orientação e informação. “Sabemos que não é, nem nunca foi, o cenário ideal. Eu imagino a dificuldade das pessoas em ter que se deslocar para outra cidade nos primeiros dias, com as ruas ainda cheias de água. No entanto, evitamos que cidadãos já muito fragilizados tivessem que aguardar mais tempo para ter seu direito reconhecido. Diante do que a natureza nos impôs e das possibilidades que tínhamos, é uma grande vitória”, destaca a gerente-executiva do INSS em Novo Hamburgo, Sinara Schafer.

Outra medida imediata que vem se mostrando eficaz foi a transferência temporária para o trabalho remoto dos servidores que atuavam presencialmente em São Sebastião do Caí. Eles têm se dedicado à análise de benefícios pendentes de conclusão e ajudado a reduzir a espera de quem aguarda pelo resultado do seu requerimento. “A gente se preocupou com todos os aspectos da tragédia que trariam impacto negativo à população, e um deles era manter a equipe da agência produtiva, realizando um trabalho relevante para a sociedade”, complementa Schafer.

Agência alagada no Sul

Ainda sem previsão de reabertura, a agência terá que passar por uma reforma para voltar a receber os segurados. O INSS já acionou o dispositivo previsto no contrato de manutenção predial e aguarda a empresa responsável iniciar a execução da obra. Além das redes elétrica e lógica, precisam ser substituídas as divisórias, as portas internas de madeira e o piso parquet, que deverá ser trocado por porcelanato. Novos móveis e equipamento de informáticas também são necessários. Engenheiro civil do INSS, o servidor Marcelo Adriano de Oliveira explica que a umidade danificou bastante a pintura das paredes internas e tudo que era de madeira, além de componentes eletrônicos. “A água subiu mais de um metro dentro da agência”, conta ele.

Serviços e benefícios na palma da mão

São Sebastião do Caí já havia sido castigado por fortes chuvas no início de setembro, mas o pior viria dois meses depois. No dia 19 de novembro, um domingo, o nível do Rio Caí alcançou a cota de 16 metros, a maior altura já registrada desde a fundação do município, em 1875. Praticamente todo o perímetro urbano ficou debaixo d´água, e mais de mil pessoas tiveram que ser resgatadas por bombeiros militares e voluntários. O número de desabrigados passou de 500. A Prefeitura decretou estado de calamidade pública, e o Governo do Rio Grande do Sul homologou o decreto, reconhecendo a gravidade da situação.

O INSS lembra aos segurados residentes em São Sebastião do Caí que o comparecimento à agência de Montenegro (Rua Olavo Bilac, 1284, Centro) só se faz necessário para atendimentos obrigatoriamente presenciais. Pelo Meu INSS (https://meu.inss.gov.br), disponível em aplicativo para smartphones, o cidadão tem acesso a mais de 100 serviços e pode requerer benefícios, emitir extratos e cumprir exigências, além de agendar atendimento presencial e tirar dúvidas com a assistente virtual Helô. Ainda sem sair de casa, discando 135, o cidadão também tem acesso a diversos serviços e pode conversar com um atendente de segunda a sábado, das 7h às 22h. Pelo telefone fixo, a ligação é gratuita. Quando feita por celular, tem o custo de chamada local.

Gustavo de Paula - ACS/SRSUL

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