INSS participa de evento para pessoas em situação de rua na Bahia

A Gerência-Executiva do INSS em Salvador participou de evento voltado para a atenção às pessoas em situação de rua. O “Pop Rua” é articulado pelos órgãos do Poder Judiciário sediados na capital baiana e conta com a participação de outros entes das três esferas governamentais das áreas de cidadania e seguridade social. Com duração de dois dias, sempre no horário das 8h às 15h, o “Pop Rua” terminou ontem (4) e aconteceu na área externa da Arena Fonte Nova, na região central da cidade.

Em primeira edição, o evento também atrai pessoas em situação de vulnerabilidade social, que estão sendo igualmente assistidas. Além do atendimento previdenciário, o “Pop Rua” oferece os serviços de emissão e regularização de documentos como certidão de nascimento, carteira de identidade, carteira de trabalho, titulo de eleitor e CPF. Quem visita os estandes também encontra orientações de saúde bucal, assistência jurídica, inscrição no Cadastro Único (CadÚnico) para participação em programas assistenciais governamentais e encaminhamento para cursos profissionalizantes e de qualificação, entre outros serviços.

A equipe do INSS que está atuando no “Pop Rua” é formada por servidores administrativos e assistentes sociais. A Perícia Médica Federal também está presente, o que possibilita a conclusão de requerimentos de benefícios previdenciários e assistenciais efetuados durante a ação de responsabilidade social. No primeiro dia, 34 pessoas buscaram o Instituto e contaram com os serviços de orientação e informação sobre a legislação previdenciária, requerimentos de benefícios, simulação de tempo de contribuição e direito à aposentadoria, avaliação social e exame médico-pericial.

Entre as pessoas atendidas ontem, está Anete Marques. Moradora de Salvador, a idosa de 65 anos compareceu ao evento em busca de informações sobre o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Ela conta que o tempo de contribuição previdenciária foi insuficiente para a obtenção da aposentadoria e que o amparo assistencial vai auxiliar no tratamento de saúde que precisa no momento. “Eu trabalhei muito, mas infelizmente contribuí pouco. Agora vou poder ter alguma renda”, explica. Aproveitando a oportunidade do evento, Anete Marques também buscou a Secretaria Estadual de Saúde para orientação em relação ao fornecimento de medicamentos.

Quem também procurou o atendimento previdenciário foi Carlos Paixão. Estagiário da Justiça Federal, e hoje com 42 anos, ele esteve, por dois anos, em situação de rua. Auxiliando no “Por Rua”, o estudante de Direito teve a oportunidade de encontrar pessoas com quem dividiu os infortúnios da fome, violência e marginalização social durante o período em que vivia pelas ruas da capital baiana. Para ele, é uma satisfação servir de exemplo para que outras pessoas mantenham viva a esperança em dias melhores. “Na rua, a gente perde toda a dignidade. Gosto de compartilhar minha história para incentivar mais pessoas a superarem os obstáculos”.

Pai de três filhos, Carlos Paixão deixou as ruas há sete anos. Contando com a ajuda de doações, construiu a própria casa. “Aprendi o ofício de pedreiro na instituição que me acolheu para a reabilitação das drogas”. Como a ocupação do terreno era irregular, havia a preocupação com o teto dos três filhos. “Comecei a estudar Direito para entender como eu poderia resolver a questão e acabei me interessando”. Autodidata em serviços de reparo e manutenção de sistemas de refrigeração e eletrodomésticos, Carlos Paixão buscou o INSS para informações sobre as formas de contribuição mensal. “Eu já fui empregado, e pretendo ingressar no serviço público, mas até que isso aconteça, quero retomar as contribuições”, finaliza.

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Conceição Menezes - Secom/BA